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    EUA espionaram telefonemas de Merkel e outros 121 líderes, diz revista

    DA EFE

    29/03/2014 18h09

    Os Estados Unidos espionaram 122 líderes internacionais e guardam mais de 300 informes sobre telefonemas da chanceler alemã, Angela Merkel.

    A revelação foi feita neste sábado pelo semanário "Der Spiegel", que cita documentos vazados pelo ex-funcionário da NSA (Agência de Segurança Nacional) Edward Snowden. Em outubro, falava-se em 35 líderes espionados.

    Esses documentos, classificados como de alto sigilo, estão num arquivo especial com dados de chefes de Estado e de governo que, em maio de 2009, continha fichas de 122 pessoas.

    A imagem publicada da lista de autoridades internacionais começa com Abdullah Badawi, primeiro-ministro recém-deposto da Malásia, vai até Bashar Al-Assad, da Síria (10º), e de lá salta para Yulia Timoshenko, da Ucrânia (122ª). O então presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, caso esteja na lista, estaria no meio dela.

    A justificativa para espionar autoridades estrangeiras era obter informações que seria difícil conseguir de outra maneira, segundo um dos documentos a que a "Der Spiegel" teve acesso.

    Christof Stache - 19.jun.2013/AFP
    Barack Obama e Angela Merkel caminham juntos após discurso em Berlim, em junho de 2013; em outubro, Merkel protestou contra espionagem de um de seus celulares pelos EUA
    Barack Obama e Angela Merkel caminham juntos após discurso em Berlim, em junho de 2013; em outubro, Merkel protestou contra espionagem de um de seus celulares pelos EUA

    A fonte principal das informações sobre Merkel é a base de dados Marinha, que recolhe metadados - ou seja, quem ligou para quem, quando, de onde e por quanto tempo.

    O documento confirmaria que a chefe de governo alemã é alvo da espionagem dos Estados Unidos, especialmente da NSA, para a qual trabalhou Snowden. Isso poderia ser usado pela procuradoria federal alemã nas pesquisas preliminares que faz sobre o assunto.

    No ano passado, Snowden revelou que os serviços secretos dos Estados Unidos grampearam durante anos um dos telefones celulares de Merkel. Em entrevista a uma TV alemã, o presidente Barack Obama disse que a chanceler não precisava mais se preocupar com as escutas, reconhecendo implicitamente que elas existiram durante algum período.

    As reportagens publicadas no ano passado com base nos documentos vazados por Snowden, revelando que Washington mantém um programa mundial de espionagem e um sistema seletivo de escutas de líderes políticos. Milhões de e-mails e telefonemas feitos na Alemanha também teriam sido interceptados pelos EUA. As notícias causaram indignação na Alemanha, aliada próxima dos EUA, e turvaram durante algum tempo as relações entre Berlim e Washington.

    Merkel tentou levar Washington a assinar um tratado mútuo de não-espionagem, algo que parece cada vez mais distante pela reticência dos Estados Unidos e pela perda de atualidade do escândalo. Em maio, Merkel deve visitar Obama nos EUA.

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