O ex-ditador paquistanês Pervez Musharraf, acusado esta semana de "alta traição" por um tribunal especial, escapou nesta quinta-feira de um atentado em Islamabad, anunciou a polícia.

A bomba, escondida sob uma ponte, explodiu 20 minutos antes da passagem do veículo do ex-ditador, que seguia para sua residência.

"Uma bomba de quatro quilos, escondida em uma tubulação, debaixo da ponte, explodiu 20 minutos antes da passagem prevista do comboio do ex-presidente", declarou à agência AFP Liaqat Niazi, alto funcionário da polícia de Islamabad.

O incidente aconteceu durante a madrugada, quando Musharraf deixou o hospital militar de Rawalpindi, onde passou os últimos três meses em observação por problemas cardíacos.

Musharraf seguia para sua casa luxuosa em Shak Shahzad, na periferia da capital.

"Ninguém ficou ferido na explosão", disse o porta-voz da polícia da capital, Muhamad Naim, que confirmou que o alvo era o ex-ditador (1999-2008).

Na segunda-feira, Musharraf foi acusado de "alta traição", um crime que pode ser punido com a pena de morte no Paquistão.

Musharraf, 70, foi formalmente acusado de traição por ter decretado estado de emergência e pela suspensão da Constituição em 2007, além de ter destituído juízes.

Pervez Musharraf alega inocência e afirma que é vítima de uma vingança dos rivais políticos, em particular o primeiro-ministro Nawaz Sharif, que criou em novembro do ano passado o tribunal especial que julga o ex-ditador.