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    Palestinos impõem novas condições para reiniciar negociações com Israel

    DA EFE
    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    03/04/2014 16h54

    A Autoridade Nacional Palestina (ANP) impôs novas condições ao reatamento do diálogo com Israel, entre elas uma carta do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, na qual reconheça as fronteiras de 1967, e a libertação de outros 1.200 prisioneiros.

    Apresentada na tarde desta quinta-feira perante o Comitê Executivo do Fatah e divulgada pouco depois à imprensa pelo gabinete do presidente, Mahmoud Abbas, a lista inclui até oito condições.

    Segundo o documento, os palestinos exigirão a Israel um "compromisso escrito" de Netanyahu no qual reconheça as fronteiras de 1967, uma velha reivindicação à qual até agora Israel sempre se negou.

    O texto é uma resposta ao cancelamento de Israel da libertação de presos palestinos, o que levou a ANP a buscar reconhecimento em organismos internacionais, quebrando um acordo das negociações de paz.

    Também exigem a libertação de 1.200 presos, entre eles o ex-secretário do Fatah na Cisjordânia, Marwan Barghouti, que cumpre cinco prisões perpétuas, e Ahmed Saadat e Fouad Shubaki, da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), condenados pelo assassinato de um ministro israelense.

    As condições foram apresentadas hoje pelo negociador palestino, Saeb Erekat, em reunião com o Comitê Executivo da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), embora já as tivesse comunicado antes a Israel na reunião que de emergência com a ministra da Justiça e negociadora, Tzipi Livni, entre a noite da quarta-feira e a madrugada de hoje.

    A reunião, que acabou em uma "batalha diplomática", segundo descreveram meios de comunicação israelenses e palestinos, foi acompanhada pelo mediador americano Martin Indyk, com o objetivo de evitar o colapso do processo negociador iniciado em julho de 2013.

    Como condição ao reatamento do diálogo, além do prazo original de nove meses que termina em 29 de abril, os palestinos também exigem o final do bloqueio israelense a Gaza e o acesso de produtos à Faixa, assim como a suspensão da construção de assentamentos em Jerusalém Oriental.

    Na quinta cláusula exigem que o exército israelense cesse suas atividades nas zonas A da Cisjordânia, que estão sob controle da ANP desde 1994, a fim de realizar "detenções ou assassinatos", e na sexta que lhe entregue o controle das zonas C, sob jurisdição israelense.

    Também pedem o retorno à Cisjordânia de um grupo de milicianos que se refugiaram em 2002 na Basílica da Natividade, deportados a países europeus.

    A última reivindicação fala da reabertura de várias agências palestinas de desenvolvimento que Israel fechou nos últimos anos.

    VIOLAÇÃO

    Livni havia informado mais cedo que Israel cancelou a libertação de mais presos até que os palestinos retirem as solicitações de admissão a quinze tratados internacionais, informou nesta quinta-feira a edição digital do jornal "Yedioth Ahronoth".

    Este seria o último rodízio de 30 prisioneiros -de um total de 104- que cumprem pena por delitos cometidos antes do processo de paz de Oslo de 1993, e que Israel se comprometeu a libertar antes de iniciar-se as negociações em julho de 2013.

    Em troca, os palestinos se comprometeram a não buscar o reconhecimento da comunidade internacional, ou a admissão a organismos internacionais, enquanto durassem as negociações.

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