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    Washington pede que a Rússia deixe de desestabilizar a Ucrânia

    DE SÃO PAULO

    07/04/2014 14h43

    O governo dos EUA pediu nesta segunda-feira ao presidente russo, Vladimir Putin, a deixar de "desestabilizar" a Ucrânia e manifestou sua "preocupação com a escalada" da tensão no país pela "crescente pressão russa".

    "Estamos prontos para aprovar novas sanções contra a economia russa", declarou ainda o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney.

    Segundo Carney, existiriam provas de que alguns manifestantes pró-russos teriam sido pagos e não viveriam na Ucrânia.

    "Pedimos ao presidente Putin que ponha fim a seus esforços de desestabilizar a Ucrânia", acrescentou, advertindo que qualquer incursão de tropas russas no leste do país será considerada pelos Estados Unidos como uma perigosa escalada.

    MANIFESTAÇÕES NO LESTE

    Manifestantes pró-Rússia proclamaram nesta segunda-feira a criação de uma república soberana na região de Donetsk, no leste da Ucrânia. O movimento acontece após um fim de semana de rebeliões na área próxima à fronteira russa contra o governo interino ucraniano.

    A declaração foi feita pelos ativistas de dentro do prédio da administração regional, que foi ocupado no último sábado (5). Segundo a imprensa russa, os ativistas ainda sugeriram a realização de um referendo em maio para serem anexados por Moscou.

    Pouco antes do anúncio, o primeiro-ministro ucraniano, Arseni Yatseniuk, disse que seu governo é vítima de um plano do governo russo para desmembrar o país. "O roteiro está escrito pela Federação Russa e seu único objetivo é desmembrar a Ucrânia."

    A Rússia negou qualquer envolvimento em ações separatistas. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores disse que o novo governo ucraniano tem que parar de culpar Putin, por todas as iniciativas tomadas pela maioria russa do leste ucraniano.

    "Se o tratamento irresponsável de um país ou uma nação pelas forças políticas que se entitulam autoridades ucranianas continua, a Ucrânia inevitavelmente enfrentará novos problemas e crises".

    Para os ucranianos, a Rússia foi a responsável por articular o referendo na região autônoma da Crimeia, em março. A península, com 60% de maioria russa, decidiu se reincorporar a Moscou, o que foi considerado uma agressão pelo novo governo ucraniano, os Estados Unidos e a União Europeia.

    Os dois últimos aplicaram sanções econômicas à Rússia e tentam isolar politicamente o país, ao retirá-lo do G8 e ao promover uma votação de uma resolução condenando a incorporação da Crimeia na Assembleia-Geral da ONU.

    TENSÃO

    O anúncio de Donetsk acontece dias após levantes na cidade e em Kharkiv e Lugansk. Nas regiões, prédios da administração local e das forças de segurança foram tomados pelos manifestantes, sem atos violentos.

    Os ativistas substituíram a bandeira da Ucrânia pela russa. Após negociações, os ativistas abandonaram a sede do governo de Kharkiv, mas os de Donetsk se recusaram a deixar o edifício.

    Para tentar lidar com a crise, o governo ucraniano enviou o ministro do Interior, Arsen Avakov, a Kharkiv e o vice-primeiro-ministro para assuntos de segurança, Vitali Iarema, a Donetsk.

    Enquanto isso, um soldado morreu em um incidente entre militares russos e ucranianos em Novofedorovka, na Crimeia, anunciou o Ministério da Defesa da Ucrânia.

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