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    Impasse de Israel e palestinos impõe dilema a Obama

    IAN BLACK
    DO "GUARDIAN"

    12/04/2014 03h50

    Autoridades israelenses teriam ficado espantadas ao ouvir John Kerry culpar Binyamin Netanyahu pelo impasse na rodada mais recente de conversações de paz com os palestinos.

    Desde então, os EUA deram declarações tranquilizadoras, sugerindo que o secretário de Estado não estava, na verdade, culpando exclusivamente Israel.

    Mesmo assim, o relato que ele fez à Comissão de Relações Exteriores do Senado sugeriu o contrário. O primeiro elemento que Kerry descreveu foi a recusa de Israel em libertar 26 prisioneiros palestinos. Em seguida, o anúncio israelense da construção de 700 unidades residenciais novas nos assentamentos.

    Só depois veio a violação cometida pelos palestinos –a iniciativa unilateral de firmar tratados internacionais que lhes permitam combater por vias legais a ocupação israelense, que dura 46 anos.

    A retaliação não se fez esperar: na quarta-feira Netanyahu mandou seus assessores deixarem se reunir com seus colegas palestinos. A única exceção foi Tzipi Livni, negociadora-chefe de Israel. Resta saber se haverá muita coisa para ela negociar.

    Kerry investiu tempo, esforço e capital diplomático enormes para persuadir as duas partes a voltarem às negociações e fazerem concessões para garantir que o processo continue.

    O americano e seus assessores insistem que o processo pode continuar, mas que isso cabe aos protagonistas.

    SEM ACORDO

    O prazo final original de final de abril definido pelos EUA para a formulação de um "acordo interino" israelo-palestino agora parece impossível de ser alcançado, e há avisos de que a janela de oportunidade para a chamada solução de dois Estados está prestes a se fechar.

    Kerry previu que, se a opção desaparecer, Israel vai enfrentar novas pressões sob a forma boicotes e sanções.

    Na ausência de uma negociação significativa, a perspectiva parece favorável aos palestinos, no longo prazo.

    É difícil saber se o esforço de Kerry chegou a ter chance de render frutos. Mas, ainda assim, um governo americano que admitisse o fracasso total seria muito ousado.

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