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    Síria entra em ranking de países que não punem crimes contra jornalistas

    DE SÃO PAULO

    16/04/2014 14h58

    A Síria entrou na quinta posição no índice anual de impunidade do Comitê de Proteção dos Jornalistas (CPJ), divulgado nesta sexta-feira. O país se junta ao Brasil, Iraque, Somália, Filipinas e outros na lista de países onde jornalistas são assassinados regularmente e os responsáveis não são condenados.

    Mas houve algumas boas notícias, segundo o ranking. No Brasil e em mais três países (Filipinas, Paquistão, Rússia) houve ao menos uma condenação em casos de jornalistas assassinados. Além disso em resolução divulgada em novembro, as Nações Unidas reconheceram a necessidade de combater a impunidade.

    "Em muitos países, o clima de impunidade gera mais violência e priva os cidadãos de seu direito básico à informação", disse o Diretor Executivo do CPJ, Joel Simon.

    "A crescente preocupação com a ameaça representada pelo fracasso em resolver assassinatos de jornalistas deve ser traduzida em ações concretas. Governos e comunidade internacional precisam trabalhar juntos para acabar com este ciclo vicioso", disse.

    TOPO DO RANKING

    A Síria, onde mais de 60 jornalista morreram no país desde o início dos confrontos em 2010, tornou-se um dos lugares mais perigoso do mundo para o trabalho da imprensa, com dezenas de sequestros, mortes por fogo cruzado e mortes em cobertura.

    O Iraque, com 100% de impunidade em um total de 100 casos, ocupa a primeira colocação que conserva desde o início da apuração do CPJ, em 2008. Em 2012 nenhum jornalista foi morto no exercício profissional, mas o ressurgimento dos grupos de militantes em todo o país foi responsável pelo brusco aumento que resultou em 10 mortes de jornalistas no ano passado, sendo nove assassinatos.

    Os destaques positivo foram o Paquistão, que condenou seis suspeitos pelo assassinato de Wali Khan Babar, morto em 2011, e a Rússia, onde um empresário foi condenado pelo assassinato de Igor Domnikov em 2000.

    No México, uma legislação foi aprovada em abril de 2013 dando poderes às autoridades federais para processar crimes contra jornalistas.

    Apesar dos avanços, os três países permanecem no índice deste ano.

    BRASIL

    No Brasil, que perdeu uma posição e ficou em 11º lugar em 2013, as autoridades condenaram autores de crimes em três casos.

    Entre eles, foi condenado o autor intelectual do assassinato, em 2002, de Domingos Sávio Brandão Lima Júnior, proprietário, diretor e colunista de um jornal conhecido por sua cobertura do crime organizado.

    Em 2013, três jornalistas foram assassinados em represaria ao seu trabalho jornalístico.

    Segundo o relatório, o governo brasileiro se comprometeu diminuir seu elevado índice de impunidade e apoiar novas medidas, tais como a lei que outorga à polícia federal a jurisdição para investigar os crimes contra jornalistas quando existam indícios de falhas ou incompetência por parte das autoridades estaduais.

    ONU

    Em novembro de 2013, a ONU aprovou uma resolução que pede aos Estados membros para acabar com a injustiça, reconhecendo o dia 2 de novembro como o Dia Internacional pelo Fim da Impunidade.

    Segundo a resolução, o secretário-geral da ONU irá anunciar na Assembleia Geral de 2014 quais foram os progressos alcançados pelo Plano de Ação da ONU sobre a Segurança dos Jornalistas e os Problemas da Impunidade de 2012.

    Veja abaixo o ranking dos países:

    1º Iraque
    2º Somália
    3º Filipinas
    4º Sri Lanka
    5º Síria
    6º Afeganistão
    7º México
    8º Colômbia
    9º Paquistão
    10º Rússia
    11º Brasil
    12º Nigéria
    13º Índia

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