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    Por telefone, papa autoriza argentina casada com divorciado a comungar

    LÍGIA MESQUITA
    DE BUENOS AIRES

    23/04/2014 15h53 Erramos: o texto foi alterado

    A argentina Jaquelina Lisbona, 47, casada há 19 anos com um homem divorciado, diz ter recebido um telefonema do papa Francisco, que a teria autorizado a fazer a comunhão na missa.

    Jaquelina vive na cidade de San Lorenzo, a 300 km de Buenos Aires –curiosamente, mesmo nome do time da capital do qual Francisco é torcedor. No ano passado, para surpresa dela, o padre local a proibiu de comungar na missa de crisma de suas filhas porque seu marido, Julio Sabetta, já havia sido casado.

    "O padre disse que, por mais que ela se confessasse e comungasse, quando voltasse para casa estaria outra vez em pecado", disse Sabetta.

    Em setembro, Jaquelina decidiu escrever a Francisco para saber o que ela deveria fazer, já que não sentia que estava participando da missa se não podia comungar. Ela só não esperava que fosse receber uma resposta.

    Na segunda-feira, segundo Jaquelina, o papa telefonou para a casa dela se apresentando como o "padre Bergoglio", nome de batismo de Francisco, e os dois conversaram durante dez minutos.

    Depois de se desculpar pela demora em responder, Francisco disse que Jaquelina "estava livre de todo o pecado" e que fosse comungar "tranquilamente", mas em outra igreja, para não causar atrito com o sacerdote que lhe negou o sacramento.

    "Alguns são mais papistas que o papa. Vá a outra paróquia e se confesse, que não há nenhum problema", teria dito Francisco, segundo disse Jaquelina a uma rádio.

    O papa também contou à argentina que a condenação do divórcio e do segundo casamento pelo catolicismo está sendo tratada pelo Vaticano. "É um tema que está sendo abordado na Igreja [Católica], porque o divorciado que comunga não está fazendo nada de mau", afirmou Francisco, de acordo com ela.

    Em outubro, questões tabu, como divórcio, aborto e união entre pessoas do mesmo sexo serão abordadas numa reunião de bispos.

    No fim de 2013, o Vaticano enviou às paróquias um questionário sobre a evolução das famílias modernas. Além de pedir o número de divorciados, a Santa Sé queria saber se essas pessoas se sentiam marginalizadas ou sofriam por não poderem receber os sacramentos.

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