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    Câmara paulistana faz homenagem aos 40 anos da Revolução em Portugal

    DANIEL MÉDICI
    DE SÃO PAULO

    23/04/2014 23h38

    A Câmara Municipal de São Paulo homenageou nesta quarta-feira os 40 anos da Revolução dos Cravos, que serão completados no próximo dia 25.

    A insurgência portuguesa derrubou o regime salazarista no país.

    Com cravos colocados na plenária e na lapela dos componentes da mesa, foram homenageados diversos militantes anti-salazaristas, entre eles os integrantes do jornal "Portugal Democrático", editado em São Paulo por imigrantes resistentes.

    Idelfonso Garcia, presidente do Centro Cultural 25 de Abril e primeiro a discursar, ressaltou o caráter pacífico do movimento contra um regime cuja polícia política "fichou mais da metade da população portuguesa".

    Ele criticou, no entanto, o atual governo português por implantar as reformas econômicas exigidas pela troica (grupo de credores formados pelo FMI, o Banco Mundial e o Banco Central Europeu) em troca do resgate financeiro.

    "Os objetivos da Revolução dos Cravos regrediram atualmente em Portugal", disse, criticando "o trabalho precário e o desemprego fomentados pelo Estado".

    FESTA

    Antonio Ramos, presidente da Casa de Portugal, celebrou o caráter festivo da revolução. "O povo foi à rua, houve uma grande confraternização com os militares. Não houve mortes, prisões ou perseguições, nem mesmo aos membros da polícia política", disse.

    O levante dos militares do MFA (Movimento das Forças Armadas) completa 40 anos na próxima quinta-feira. O movimento visava a instalação de um democracia pluripartidarista, abolição da polícia política e a restituição das liberdades de expressão e reunião.

    Com a derrubada do regime de Marcelo Caetano, sucessor de Salazar desde a morte deste, parte da população civil saiu às ruas para comemorar e colocou cravos no cano das armas dos militares insurgentes, fato que deixou o ato conhecido como Revolução dos Cravos.

    Para o início das operações clandestinas, os militares usaram, como senha, a execução da canção "Grândola, Vila Morena", censurada pelo regime, em uma rádio, no meio da madrugada.

    A música, um dos símbolos da revolução, foi também cantada no início da sessão solene.

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