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    Tribunal egípcio condena líder da Irmandade Muçulmana e 682 islamitas à morte

    DIOGO BERCITO
    DE JERUSALÉM

    28/04/2014 07h52

    Uma corte egípcia sentenciou hoje 683 supostos seguidores da Irmandade Muçulmana à morte, incluindo Muhammad Badie, o líder supremo dessa organização islamita.

    É o segundo forte golpe dado pelo Judiciário nos aliados do ex-presidente Mohammed Mursi, deposto em julho de 2013. Em março deste ano, o mesmo juiz havia sentenciado 529 islamitas à morte.

    As penas precisam, no entanto, ser avaliadas pela liderança religiosa no país e então confirmadas pela corte. Dos 529 islamitas condenados à morte em março, apenas 37 tiveram a sentença confirmada ontem. Os demais foram sentenciados a 25 anos de prisão.

    Organizações internacionais condenaram o julgamento como tendo carecido de "garantias básicas de um processo justo", de acordo com a Anistia Internacional. Advogados de defesa boicotaram audiências.

    Os réus foram condenados por um episódio de violência em agosto do ano passado, em enfrentamento com a Polícia. Segundo o governo, islamitas agrediram as forças de segurança e atacaram igrejas ao redor do país.

    A decisão da corte causou comoção no lado de fora da corte, com famílias acusando o governo interino -apoiado pelo Exército- de perseguir membros da Irmandade Muçulmana.

    A organização islamita havia conquistado a Presidência por meio das primeiras eleições livres do Egito, em 2012. Um ano depois, porém, Mursi foi deposto do cargo por manifestações populares e pela mão firme do Exército. Ele está detido desde então.

    No último ano, as autoridades egípcias têm entrado em constante conflito com islamitas, além de ter prendido centenas deles. A Irmandade Muçulmana foi recentemente considerada uma organização terrorista, voltando assim aos anos de perseguição política que viveu nas décadas anteriores.

    O governo interino do Egito tem perseguido, também, os jovens do movimento 6 de Abril, que foram às ruas em 2011 para pedir a deposição do ex-ditador Hosni Mubarak. O grupo, acusado de espionagem, foi hoje considerado ilegal e teve as atividades proibidas.

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