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    Greve contra fim de bilheterias leva caos ao metrô de Londres

    LEANDRO COLON
    DE LONDRES

    29/04/2014 14h03

    O eficiente transporte público de Londres virou um caos nesta terça-feira. Os funcionários do metrô entraram em uma greve de 48 horas contra proposta do governo de instalar mais máquinas automáticas para vender bilhetes, o que causará a demissão de cerca de mil trabalhadores até 2015.

    É a segunda paralisação em menos de três meses e outra está marcada para semana que vem. Segundo a companhia do metrô londrino, London Underground (LU), 50% dos trens foram afetados, sobretudo os das linhas centrais da cidade (algumas que levam a áreas turísticas, por exemplo), algo significante diante do fato que três milhões de pessoas usam as 275 estações todos os dias.

    O resultado foi confusão e uma multidão dividindo espaço nas estações em funcionamento, ônibus lotado, além de trânsito caótico em razão do aumento do número de carros em circulação.

    Como a greve, em tese, só termina nesta quarta-feira à noite, há preocupação em torno do jogo Chelsea x Atlético de Madrid, pela semifinal da Liga dos Campeões, em Londres.

    A empresa de transporte público (TFL) defende a modernização do sistema de venda de bilhetes. Alega que devido do sucesso do "Oyster", cartão magnético em que é possível carregar automaticamente os créditos dos percursos, apenas 3% das viagens realizadas são de bilhetes comprados das mãos dos funcionários. A medida economizaria 50 milhões de libras por ano, argumenta.

    O sindicato dos funcionários, chamado de RMT, diz que a proposta não foi debatida publicamente e que os cortes dos empregos não compensa a modernização em curso. Afirma ainda que a greve tem o apoio de dois terços dos passageiros que usam o metrô de Londres - sendo que 52% dizem precisar das bilheterias quando as máquinas quebram.

    As autoridades locais repudiaram a grave. O primeiro-ministro, David Cameron, a chamou de "inaceitável" e o prefeito de Londres, Boris Johson, diz que a paralisação "não faz sentido". "Não podemos forçar os moradores de Londres a pagar pelos bilhetes nos guichês", disse.

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