A ex-secretária de Estado americana Condoleezza Rice anunciou neste fim de semana que não vai aceitar o convite para discursar em uma cerimônia de graduação na Universidade Rutgers, a maior do Estado de Nova Jersey, após um protesto de estudantes.

Os alunos enviaram uma carta aberta ao reitor, Robert Barchi, criticando o convite por conta da atuação de Rice na Guerra do Iraque, e cerca de 50 deles acamparam no prédio da reitoria na semana passada.

Em sua conta do Facebook, Rice disse que "a formatura tem que ser um momento de celebração feliz para os alunos e suas famílias". "O convite feito a mim pela Rutgers distraiu a comunidade universitária nesse momento especial", afirmou, justificando sua decisão de não comparecer à cerimônia, no próximo dia 18.

Rice disse que sente orgulho de ter servido ao país, mas não queria tirar o foco do evento. "Eu defendo a crença americana na liberdade de expressão e na discussão de ideias. Esses valores são essenciais à saúde da nossa democracia. Mas não é essa a questão aqui."

Por meio do site da universidade, o reitor respondeu à recusa de Rice. "Apesar de seguir de pé nosso convite para que a doutora Rice discurse e receba um título honorário, respeitamos sua decisão de não participar", diz o texto.

Segundo os alunos, Rice "deu à CIA autoridade de conduzir suas táticas de tortura para obter informações de prisioneiros" no Iraque.

"Isto é claramente uma questão de direitos humanos. Ao convidá-la para falar e conceder-lhe um título honorário, estamos incentivando e perpetuando um mundo que justifica a tortura e degrada a humanidade", informaram os estudantes, em carta.

Rice, 59, foi secretária de Estado no governo de George W. Bush entre 2005 e 2009. No início da Guerra do Iraque (2003), ela era conselheira de Segurança Nacional de Bush.