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    Denúncia de traficante derruba assessor de presidente da Colômbia

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    06/05/2014 15h35

    O chefe da campanha de reeleição do presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, renunciou na segunda-feira após ser acusado de receber US$ 12 milhões (R$ 26,8 milhões) de um traficante para mediar a liberação de quatro chefes do tráfico.

    O publicitário venezuelano Juan José Rendón, considerado peça-chave da campanha de Santos, negou as acusações, que disse serem parte de um plano para manchar a reputação do presidente a três semanas da eleição.

    "Decidi renunciar voluntariamente ao meu cargo para não me transformar em um instrumento dos inimigos da paz, que buscam destruir a credibilidade do presidente", escreveu Rendón.

    Santos disse a uma rádio local que Rendón chegou a transmitir ao governo em 2011 uma negociação para rendição dos traficantes em questão, mas que nenhum acordo foi alcançado na época.

    "[Rendón] já disse não ter recebido um peso, e até que me mostrem o contrário, eu acho que ele deve receber crédito", disse Santos.

    A revista "Semana" e o jornal "El Espectador" publicaram um testemunho de Javier Antonio Calle Serna, membro da milícia Rastrojos, dizendo ter pago a Rendón para que mediasse sua rendição e de três traficantes.
    Isso evitaria a extradição deles para os Estados Unidos. Calle acabou se entregando ao governo americano em 2012, na ilha de Aruba.

    Duro crítico do governo venezuelano, Rendón assessorou Santos durante sua primeira campanha presidencial, em 2010, e também trabalhou na campanha do presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, em 2012.

    Apesar de favorito, Santos não se reelegeria no primeiro turno. Segundo pesquisa divulgada nesta semana, o presidente tem 27% das intenções de voto, contra 19% de Óscar Iván Zuluaga, candidato do ex-presidente

    Álvaro Uribe (2002-2010). Santos deu início a uma negociação de paz com os rebeldes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) há 18 meses, para dar fim ao conflito que já dura 50 anos e deixou mais de 200 mil mortos.

    Nesta terça, a Procuradoria disse ter descoberto uma sala de interceptações ilegais de e-mails dos negociadores de paz, incluindo Santos. O dono da sala, Andrés Fernando Sepúlveda, trabalha na campanha de Zuluaga.

    VENEZUELA

    Durante a noite, a Assembleia Nacional venezuelana pediu uma investigação contra Rendón. Para o deputado Andrés Eloy Martínez, o colombiano usa dinheiro do tráfico de drogas para financiar a oposição no vizinho.

    Segundo Eloy Martínez, o ex-chefe da campanha de Santos atuava em nome de Álvaro Uribe, acusado diversas vezes pelo presidente Nicolás Maduro de conspiração para derrubá-lo.

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