• Mundo

    Friday, 03-May-2024 10:10:38 -03

    Rebeldes sírios escavam túneis e explodem hotel Carlton em Aleppo

    DIOGO BERCITO
    DE JERUSALÉM

    08/05/2014 09h28

    Rebeldes sírios explodiram na manhã desta quinta-feira o hotel Carlton na cidade de Aleppo, no norte do país. A informação foi confirmada pela TV estatal e pelo Observatório Sírio pelos Direitos Humanos.

    O edifício histórico, de 150 anos, estaria sendo usado como base pelo Exército da Síria. A construção foi destruída, e houve também dano a edificações próximas.

    Os explosivos foram detonados em um túnel abaixo do hotel, localizado em local próximo à cidadela antiga de Aleppo, um importante centro urbano da Síria.

    De acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, os rebeldes responsáveis pelo ataque fazem parte da Frente Islâmica. A insurgência síria está, atualmente, dividida entre grupos seculares e facções islamitas. A Frente Islâmica divulgou vídeos da explosão.

    De acordo com a rede de TV Al Jazeera, no vídeo abaixo, um homem que se identifica como Abu Issa caminha por um túnel "cavado pelos heróis da Frente Islâmica [grupo rebelde]". "Estamos finalizando os últimos detalhes, para termos 100% de certeza de que estamos sob o hotel Carlton", afirma. Ao final, vê-se a explosão.

    Veja vídeo

    Apesar de ativistas terem dito que houve mortos na explosão, ainda não há informações oficiais. Por meio do Twitter, a Frente Islâmica afirmou que são "pelo menos 50" militares.

    O conflito civil na Síria foi iniciado em março de 2011, com manifestações pacíficas. A repressão do regime e a radicalização dos grupos rebeldes deu início a um violento confronto em que mais de 150 mil pessoas foram mortas.

    RETIRADA

    Na cidade de Homs, tida como bastião rebelde até pouco tempo atrás, continua nesta quinta a retirada de rebeldes iniciada ontem, graças a um acordo negociado com a ONU nos últimos dois meses

    As autoridades do regime de Damasco içaram nesta quinta-feira a bandeira da Síria na parte antiga da cidade, que até agora era um dos principais redutos da oposição, enquanto se completa o recuo dos rebeldes.

    A televisão oficial mostrou imagens da bandeira no centro da cidade. Em entrevista à emissora, o governador da província, Talal al Barazi, afirmou que equipes de manutenção começaram os trabalhos para recuperar a área e que se iniciou um plano sanitário de emergência para melhorar os serviços médicos.

    Um ativista da rede Sham em Homs, Ahmad Orabi, disse à agência Efe que 300 rebeldes se retiraram durante o dia de hoje e que ainda restam cerca de 600 no centro de Homs.

    Segundo Orabi, os únicos que permanecerão na parte antiga de Homs após o fim da retirada rebeldes são famílias cristãs.

    Com a saída dos insurgentes e a entrada dos soldados se porá fim a um cerco que durou mais de vinte meses na parte antiga de Homs, conhecida como a "capital da revolução", cidade onde se iniciou a luta armada contra o regime do ditador sírio, Bashar al-Assad.

    Terminada a retirada, Homs terá a presença de rebeldes apenas no bairro de Waer.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024