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    Seus cabelos estão mais brancos, diz presidente uruguaio a Obama

    RAUL JUSTE LORES
    DE WASHINGTON

    12/05/2014 12h47

    O presidente do Uruguai, José Mujica, pediu nesta segunda-feira ao americano Barack Obama que "melhore a relação com o Brasil" e que "considere esse país em sua real dimensão".

    Em um encontro de mais de uma hora nesta segunda pela manhã na Casa Branca, os dois presidentes falaram da oferta uruguaia de abrigar prisioneiros que sejam liberados da base de Guantánamo ("quando um presidente quer acabar com essa vergonha, a gente tem que dar uma mão"). Mas não deu maiores detalhes de um eventual acordo.

    "Falamos coisas privadamente, mas se são privadas, não vou comentar", disse em entrevista coletiva na Embaixada uruguaia à tarde. Antes, Mujica almoçou com o vice-presidente americano, Joe Biden, que se tornou uma espécie de enviado especial para a América Latina a pedido de Obama.

    O presidente americano disse que Mujica "tem muita credibilidade no mundo e é um líder para todo o continente", que o comércio entre os dois países cresceu muito e que ambos conversariam sobre como "fortalecer a democracia no hemisfério".

    Antes da reunião fechada entre os dois, que começou às 10h50 de Washington (11h50 de Brasília), os dois falaram rapidamente com a imprensa de forma muito relaxada.

    "Ele disse que meus cabelos ficaram mais brancos ainda desde que nos encontramos pela última vez", brincou Obama, sobre o comentário de Mujica.

    Brendan Smialowski/AFP
    O presidente do Uruguai, José Mujica, conversa com o colega americano, Barack Obama, no Salão Oval, em Washington
    O presidente do Uruguai, José Mujica, conversa com o colega americano, Barack Obama, no Salão Oval, em Washington

    Obama disse a Mujica, segundo o uruguaio, que a Organização dos Estados Americanos (OEA) e as instituições devem encontrar uma saída democrática para a Venezuela. Mujica lhe disse que apenas uma pequena parte da oposição "quer que o governo Maduro caia já". "Precisamos de uma Venezuela que funcione" disse o uruguaio.

    Mujica disse que EUA e Venezuela deveriam já nomear embaixadores ("precisam sentar para conversar, são maiores de idade"). Mas boa parte da conversa foi comercial, segundo o presidente, que tratou de facilitar a exportação de carne uruguaia para os EUA e de promover mais intercâmbio técnico e científico com os EUA. Pediu que mais professores americanos viajem para o Uruguai. "Muitos uruguaios que vêm estudar aqui acabam não voltando", disse.

    "Nós temos que aprender inglês e vocês americanos terão que falar espanhol de qualquer jeito".

    Ele também pediu intermédio americano em um processo que a multinacional Philip Morris move contra o governo uruguaio por uma lei de 2009 que obriga que 80% das embalagens de cigarros tenham avisos sobre seus efeitos nocivos à saúde. A empresa de cigarros estaria usando o Uruguai como teste para mover ações similares em outros países.

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