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    Presidente Obama visita museu dedicado ao 11 de Setembro

    ISABEL FLECK
    DE NOVA YORK

    15/05/2014 13h36

    "Um lugar sagrado de cicatrização e esperança". Foi assim que o presidente Barack Obama definiu o Museu Nacional da Memória do 11 de Setembro, durante um discurso emocionado na cerimônia de dedicação do local, na manhã desta quinta-feira, em Nova York.

    Para o presidente, o novo espaço, que abre para o público no próximo dia 21, conta a história das milhares de vítimas e sobreviventes dos atentados de 2001, "para que as gerações que ainda não nasceram nunca se esqueçam".

    "É uma honra me unir a essa memória, para lembrar e refletir, mas, sobretudo, para reafirmar o verdadeiro espírito do 11 de Setembro ¬-o amor, a compaixão, o sacrifício- e para gravá-lo para sempre no coração da nossa nação", disse Obama, que esteve acompanhado da mulher, Michelle, na cerimônia.

    Editoria de Arte/Folhapress

    "Assim como esse grande muro e o bedrock [grande base de pedra sobre a qual estavam construídas as duas torres] que nos envolvem hoje, nada pode nos destruir. Nada pode mudar o que somos como americanos", disse o presidente, referindo-se à parede de contenção que impediu a destruição ainda maior do local. Antes do início da cerimônia, ele e Michelle andaram por parte do museu e conheceram as exposições.

    No evento desta manhã, que reuniu alguns poucos familiares das 2.983 vítimas dos atentados de 2001 e de 1993 ao World Trade Center, sobreviventes e profissionais que participaram do resgate, estiveram presentes ainda o casal Bill e Hillary Clinton, e os três últimos prefeitos de Nova York: Bill de Blasio, o atual, Michael Bloomberg, presidente do museu e do memorial, e Rudolph Giuliani, que estava à frente da prefeitura na época dos ataques.

    "Andar por esse museu poderá ser difícil em alguns momentos, mas é impossível não sair daqui inspirado", disse Bloomberg. A partir desta quinta-feira, e pela próxima semana, os familiares terão exclusividade de acesso ao local, que poderá ser visitado por 24 horas.

    Obama lembrou, em seu discurso, a história de Welles Crowther, jovem de 24 anos que trabalhava no World Trade Center e morreu depois de ajudar outras pessoas a deixarem o prédio. Ex-bombeiro voluntário, ele ficou conhecido pelos sobreviventes que ajudou como o "homem de bandana vermelha" -em referência à única forma de identificação que tiveram de seu herói até então anônimo.
    A mãe de Crowther, Alison, que doou ao museu uma bandana semelhante à usada pelo filho logo após os ataques, disse, na cerimônia, esperar que ela inspire os visitantes a ajudar os outros, "como as pessoas fizeram naquele dia", seja com pequenos ou grandes atos. "Esse é o verdadeiro legado do 11 de Setembro", disse Alison, ao lado de Ling Young, uma das sobreviventes salvas por Crowther.
    "Foi muito difícil para mim estar aqui hoje, mas eu vim para poder agradecer aos pais dele", disse Young.

    POLÊMICAS

    Envolto em polêmicas desde a sua concepção inicial, o museu viu a administração à sua frente mudar várias vezes desde 2004 e passou por dificuldades técnicas, que envolveram, inclusive, a inundação do local durante o furacão Sandy, em 2012.

    Na sua reta final, as críticas dos familiares das vítimas se centraram no valor do ingresso que será cobrado -US$ 24 (cerca de R$ 53)- e na decisão de levar os restos mortais ainda não identificados para o museu.
    O custo total de construção do museu e do memorial -formado pelas duas piscinas- foi de US$ 700 milhões. Segundo a administração do local, os valores dos ingressos -junto com as vendas da loja do museu- deverão gerar entre 60% e 70% dos US$ 60 milhões de orçamento anual do complexo.

    A comunidade islâmica, por sua vez, considerou ofensivo um vídeo que define os terroristas que sequestraram os aviões como "islamistas que assumiram a jihad como sua missão". O museu manteve o vídeo em sua versão original.

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