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    Ataque com bombas em mercado na Nigéria mata ao menos 118

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    20/05/2014 17h28 - Atualizado às 20h00

    Pelo menos 118 pessoas morreram e 56 ficaram feridas em um atentado cometido em um mercado lotado na cidade de Jos, centro da Nigéria, nesta terça-feira, anunciou a Agência Nacional de Gestão de Crises (Nema, na sigla em inglês) agora à noite.

    "O número de corpos está, atualmente, em 118", declarou o coordenador da Agência, Mohammed Abdulsalam, ressaltando que "pode haver mais corpos sob os escombros".

    No boletim anterior divulgado pelo delegado de Polícia do estado de Plateau, Chris Olakpe, o número de vítimas chegava a 46 mortos e 45 pessoas gravemente feridas. De acordo com Pam Ayuba, porta-voz do governo, muitas vítimas são mulheres.

    "O que estamos fazendo agora é tentar levar os corpos. (...) Vários deles estão tão carbonizados que não podemos identificar as vítimas", disse Abdulsalam, da Nema, acrescentando que "as chamas continuam fortes", e "várias lojas foram completamente queimadas".

    A autoria do atentado ainda não foi reivindicada, mas o grupo islamita Boko Haram é ativo em Jos, uma cidade que já foi alvo de seus ataques no passado.

    "A primeira bomba explodiu por volta de 15h (horário local). A segunda foi por volta de 15h30, enquanto as pessoas se reuniram para ajudar as vítimas ", disse o policial do Estado de Plateau, Chris Olakpe. "Esta é uma área muito movimentada da cidade".

    Presidente nigeriano Goodluck Jonathan condenou as explosões, chamando os responsáveis de "cruéis e maus".

    "O governo continua plenamente empenhado em vencer a guerra contra o terror, e este governo não será intimidado pelas atrocidades dos inimigos do progresso humano e da civilização ", disse ele em um comunicado.

    Ele anunciou medidas para combater os insurgentes, incluindo uma força multinacional em torno do lago Chade, com um batalhão de cada país –Chade, Níger, Camarões e Nigéria.

    ATAQUES

    Nos últimos dois anos, as atividades do Boko Haram se concentraram no nordeste da Nigéria –na fronteira com Camarões, Chade e Níger–, onde insurgentes se movem facilmente através das fronteiras. No entanto, houve ataques recentes em outras regiões.

    O estado de Plateau marca o limite entre o sul cristão e o norte de maioria muçulmana no país mais populoso da África, maior potência econômica do continente. No passado, o Estado e a capital Jos foram cenário de episódios de violência intercomunitária, assim como de ataques do Boko Haram.

    No domingo passado, 18 de maio, quatro pessoas morreram em um ataque suicida cometido em Kano (norte), em um bairro de maioria cristã, com muitos bares e restaurantes. Nesta terça, a polícia disse ter detido dois suspeitos de envolvimento nesse atentado.

    No mês passado, uma bomba matou pelo menos 71 pessoas em uma estação de ônibus na periferia da capital Abuja. Outra, no subúrbio de Nyanya, matou pelo menos 19 pessoas no início de maio.

    E um carro-bomba matou cinco pessoas em uma rua de bares e restaurantes, na cidade nigeriana de Kano, no domingo à noite.

    O grupo, que se opõe à educação ocidental e quer formar um Estado Islâmico no norte do país, também é responsável pelo sequestro de cerca de 200 nigerianas na cidade de Chibok, no mês passado.

    Diante dos ataques cada vez mais violentos do Boko Haram, o presidente Jonathan pediu a extensão do estado de emergência nos estados de Yobe, Adamawa e Borno (nordeste), redutos do movimento islâmico armado.

    Em vigor há um ano, a medida foi votada nesta terça por unanimidade no Senado, repetindo o procedimento já adotado pela Câmara de Deputados na semana passada.

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