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    'É hora de adotar a internet', diz presidente do Irã

    DA REUTERS

    20/05/2014 17h54

    "O Irã deveria adotar a Internet em vez de considerá-la uma ameaça", disse o presidente Hasan Rowhani, em comentários que desafiam políticos e religiosos de linha dura que aumentaram as medidas para censurar a internet.

    Rowhani, um político moderado eleito no ano passado, disse que tentar ganhar uma batalha da influência pública de restringir a internet era como levar uma espada de madeira a um tiroteio.

    O discurso distancia Rowhani de rivais conservadores clérigos, alguns próximos ao líder supremo aiatolá Ali Khamenei, que promoveu a censura como ferramenta para proteger a Revolução Islâmica de 1979 que levou muçulmanos xiitas ao poder.

    Também foi o seu mais forte sinal até o momento para quebrar a política de seu antecessor Mahmoud Ahmadinejad, que perseguiu blogueiros e endureceu controles durante seu mandato de oito anos, especialmente após manifestantes usarem as mídias sociais para organizar protestos em 2009.

    "Devemos olhar [a internet] como uma oportunidade. Devemos reconhecer os direitos de nossos cidadãos de se conectarem à rede mundial de computadores", disse Rowhani, de acordo com a agência de notícias oficial Irna.

    O Irã tem uma longa atitude contraditória em relação à internet. O acesso a sites como Twitter, Facebook e Youtube é bloqueado para a maioria dos iranianos, mas o próprio Khamenei acessou o Twitter e o Facebook em 2009 e agora é um usuário de ambos.

    Abdolsamad Khoramabadi, secretário de um comitê estatal encarregado de monitorar e filtrar sites, chamou no ano passado o Facebook de um projeto de espionagem dos Estados Unidos.

    A liderança do Irã enfrentou com força usuários de internet em 2009 durante a disputada reeleição de Ahmadinejad naquele ano, quando uma violenta repressão contra manifestantes levou às piores revoltas na história da República Islâmica.

    Muitos blogueiros foram presos e pelo menos uma pessoa foi sentenciada com pena de morte por administrar um site visto pelas autoridades como subversivo.

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