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    Justiça russa condena os cinco acusados do assassinato de jornalista

    DA REUTERS

    20/05/2014 20h48

    Cinco homens foram condenados nesta terça-feira (20) pelo assassinato em 2006 da jornalista investigativa e crítica do Kremlin Anna Politkovskaya, incluindo três réus que haviam sido absolvidos em um julgamento anterior.

    O assassinato de Politkovskaya chamou a atenção para os riscos enfrentados pelos russos que desafiam as autoridades e aprofundou as preocupações do Ocidente com o Estado de direito no governo do presidente russo, Vladimir Putin, que estava no seu segundo mandato na época.

    A anterior absolvição em 2009 de três dos homens constrangeu os promotores russos e mais tarde foi anulada pelo Supremo Tribunal Federal, que ordenou um novo julgamento.

    Os réus eram três irmãos tchetchenos, um dos quais foi acusado de disparar contra Politkovskaya no saguão do seu apartamento de Moscou em 7 de outubro de 2006, além de um tio deles e um ex-policial.

    As acusações são uma vitória para os promotores russos e o Estado, mas ativistas de direitos humanos e familiares de Politkovskaya dizem que a justiça não será feita até que aqueles que ordenaram o assassinato dela sejam identificados e condenados.

    "O assassinato só será resolvido quando o nome da pessoa que ordenou for conhecido", disse a advogada da família de Politkovskaya, Anna Stavitskaya, segundo a agência de notícias RIA.

    Um porta-voz do Comitê Investigativo federal, Vladimir Markin, disse que as autoridades estavam fazendo todo o possível para identificar e rastrear a pessoa por trás do assassinato, afirmaram as agências de notícias russas.

    Porém, críticos do Kremlin acreditam que isso dificilmente irá adiante por causa das suspeitas de que o rastreamento dos mandantes do crime chegue muito perto do governo.

    Politkovskaya, jornalista do Novaya Gazeta que tinha 48 anos quando foi assassinada a tiros ao voltar para casa depois de fazer compras, era mais conhecida por suas reportagens sobre violações dos direitos humanos na Tchechênia, no Cáucaso do Norte.

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