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    Chefe da junta militar na Tailândia se autoproclama primeiro-ministro

    DA EFE

    23/05/2014 04h09

    O chefe do Exército da Tailândia, o general Prayuth Chan-ocha, se autoproclamou primeiro-ministro provisório do país nesta sexta-feira, depois que os militares tomaram o poder ontem em um golpe de Estado.

    O Conselho Nacional para a Paz e a Ordem (CNPO), o nome oficial da junta militar comandada por Prayuth, informou em comunicado que o general assumirá as funções administrativas do cargo de primeiro-ministro até que se encontre um novo candidato definitivo.

    "Já que as leis estipulam que o primeiro-ministro autoriza ações sob a lei, o líder do CNPO, ou os indivíduos designados por ele, assumirão por enquanto a autoridade", disse o comunicado, segundo o jornal "Bangkok Post".

    Prayuth, que há três dias declarou a lei marcial no país, assumiu ontem todos os poderes após considerar que as tentativas de um acordo entre o Executivo interino e os antigovernamentais fracassaram.

    Nas 16 horas seguintes ao golpe, a junta militar emitiu duas ordens e 19 anúncios através das emissoras de rádio e televisão do país, que suspenderam suas programações e só transmitem músicas patrióticas e boletins de notícias do "Canal 5", de propriedade do Exército.

    Em um desses comunicados, o Exército convocou à ex-primeira-ministra, Yingluck Shinawatra, e os 22 membros de seu clã familiar e partido político para que compareçam hoje diante das autoridades militares.

    O Conselho Nacional para a Paz e a Ordem, o nome oficial da junta militar, decretou o toque de recolher, proibiu as reuniões públicas, suspendeu a Constituição e ampliou a censura aos meios de comunicação para incluir também os estrangeiros.

    Também pediu que os funcionários do alto escalão assumissem as funções dos ministros depostos e decretou o fechamento de todas as escolas até domingo.

    O golpe militar põe fim a oito meses de manifestações antigovernamentais que deixaram 28 mortos e mais de 800 feridos.

    Este é o 12º golpe de Estado bem sucedido cometido pelos militares na Tailândia, de um total de 19 tentativas, desde a queda da monarquia absolutista em 1932.

    O último golpe ocorreu em 2006, quando o primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, irmão de Yingluck, foi deposto também em um contexto de grandes manifestações.

    Os golpistas de então revogaram a Constituição e redigiram outra, que foi aprovada em um referendo. Em seguida, realizaram eleições no final de 2007.

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