O principal agente da CIA (inteligência americana) no Afeganistão teve seu nome revelado pela Casa Branca em um documento circulado entre jornalistas durante a visita surpresa de Barack Obama ao país.

A assessoria do presidente logo confirmou o erro na divulgação e circulou outro email, com uma lista atualizada dos integrantes do encontro com Obama na base de Bagram no último domingo, sem o nome do agente.

A mensagem, enviada pela Casa Branca primeiro a jornalistas selecionados, mas depois distribuída a mais de 6.000 contatos, identificava o agente como "chefe do posto" da CIA em Cabul.

A pedido da presidência, os jornais não reproduziram em suas matérias o nome do espião, para não colocar ainda mais em risco a segurança do agente e de sua família.

Ainda não está claro se a revelação obrigará a CIA a mudar o espião de posto. A agência e a Casa Branca não comentaram o erro.

Nos últimos anos, as identidades de pelo menos três chefes de posto da CIA no Paquistão foram expostos, segundo o "Washington Post". Em um dos casos, o espião se tornou alvo de ameaças, o que forçou a agência a retirá-lo do país.

A revelação deste fim de semana foi um dos raros casos em que a identidade de um agente da CIA foi vazada pelo próprio governo.

Em um caso que se tornou um escândalo no governo Bush, a então agente da CIA Valerie Plame teve seu nome divulgado em 2003, uma semana após seu marido, o ex-embaixador Joseph Wilson, criticar, em artigo ao "New York Times" as justificativas de George W. Bush para a guerra do Iraque.

O caso levou o ex-chefe-de-gabinete do vice-presidente Dick Cheney, Lewis "Scooter" Libby, a ser condenado por perjúrio e obstrução da Justiça. Nos EUA, revelar a identidade de um agente secreto é crime. Bush, no entanto, comutou a pena.