Na viagem de volta de Israel a Roma nesta segunda-feira (26), o papa Francisco afirmou que não tolerará os abusos a menores por parte de religiosos e assegurou que o celibato "não é um dogma".
Um sacerdote que comete esse tipo de ato contra menores "trai o corpo do Senhor", declarou o pontífice, que anunciou que na próxima semana realizará uma missa no Vaticano com a presença de oito vítimas de pedofilia.
"Sobre isto tem que haver tolerância zero", afirmou o papa aos jornalistas durante o voo que o trouxe de volta da Terra Santa, onde realizou uma visita oficial de três dias.
O papa Francisco advertiu que a Igreja não concederá "privilégios" aos bispos acusados de pedofilia e admitiu que três bispos são investigados e que "um já foi condenado".
Em abril, Francisco pediu perdão pela primeira vez em nome da Igreja Católica pelos casos de religiosos envolvidos em abusos contra crianças.
O Vaticano informou ao Comitê da ONU contra a Tortura, que também examina casos de pedofilia, que analisou 3.420 casos, em dez anos, baseados em "denúncias críveis" de abusos cometidos por religiosos entre 1950 e 1980. A partir disso, 848 sacerdotes foram afastados e outros 2.572 receberam ordem para "observar uma vida de orações e penitência".
CELIBATO
Além disso, Francisco lembrou que o celibato não é um "dogma de fé" na Igreja Católica, que há sacerdotes casados nos ritos orientais e que "a porta está sempre aberta" a tratar o assunto.
No entanto, o pontífice esclareceu que "neste momento há outros temas sobre a mesa".
"O celibato não é um dogma de fé, é uma regra de vida, que eu aprecio muito e acho que é um presente para a Igreja", considerou o papa argentino.