• Mundo

    Monday, 29-Apr-2024 08:15:37 -03

    Suspeito do ataque ao Museu Judeu de Bruxelas é detido na França

    DA AFP

    01/06/2014 06h10

    Um francês, de "perfil jihadista", foi preso nesta sexta-feira (30) em Marselha (sul da França), suspeito de ser o atirador que matou quatro pessoas no Museu Judaico de Bruxelas em 24 de maio, que provocou grande comoção na Bélgica, informaram fontes próximas ao caso.

    Mehdi Nemmouche, 29, originário de Roubaix, no norte do país, "foi preso assim que colocou os pés na França", informou o presidente francês, François Hollande.

    "Nós iremos combatê-los", disse Hollande, durante uma visita ao noroeste da França, em referência aos jihadistas que regressam à Europa depois de lutarem na Síria.

    Mehdi Nemmouche já havia sido condenado pela Justiça, segundo a sua advogada.

    Ele foi condenado com outros dois réus em maio de 2009 a dois anos de prisão por assalto em 13 agosto de 2006 de um minimercado em Tourcoing, no norte francês. "Ele me escreveu da prisão me pedindo para intervir", lembrou a advogada.

    O francês é suspeito, de acordo com uma fonte próxima à investigação, de ter viajado à Síria em 2013 para combater junto a grupos jihadistas. Ele foi fichado pela Direção-Geral de Segurança Interna (DGSI), segundo a fonte.

    Entregue na sexta-feira aos agentes da DGSI, foi colocado sob custódia por homicídio e tentativa de homicídio, além de porte de armas e ligação com grupo terrorista, segundo uma fonte da Justiça.

    Sua prisão preventiva pode durar até quinta-feira (5), caso os investigadores concluam que ele representa uma ameaça terrorista iminente.

    Efe
    Imagem de câmera de segurança mostra momento em que atirador entra no Museu Judaico de Bruxelas, na Bélgica
    Imagem de câmera de segurança mostra atirador entrando no Museu Judaico de Bruxelas, na Bélgica

    O suspeito, que disse não possuir residência fixa, foi preso na rodoviária Saint-Charles de Marselha, em um ônibus procedente de Amsterdam.

    De acordo com fontes próximas à investigação, ele carregava em sua bagagem um fuzil Kalashnikov e um revólver com munição. "Armamento semelhante ao que foi utilizado em 24 de maio em Bruxelas", disse uma das fontes.

    A imprensa belga informou que o assassino do Museu Judaico tinha uma câmera acoplada à alça de uma de suas mochilas e o suspeito foi detido pela polpícia com uma câmera do tipo GoPro.

    Entre as roupas do francês, havia uma parecida com a utilizada pelo atirador, de acordo com as imagens do circuito interno de segurança divulgadas pela polícia belga.

    Sem precedentes na história recente da Bélgica, o massacre do Museu Judaico fez quatro mortos: um casal israelense, uma voluntária francesa e um funcionário belga. A procuradoria federal belga iniciou uma investigação por "assassinato terrorista".

    Após o ataque, autoridades elevaram as medidas de segurança em torno dos locais frequentados pela comunidade judaica, que reúne cerca de 40 mil pessoas na Bélgica. O último atentado antissemita no país ocorreu nos anos 1990.

    O assassino foi descrito pelos investigadores como "um homem determinado" que agiu "a sangue frio". De estatura mediana, ele teria cerca de trinta anos, de acordo com uma testemunha, assim como o suspeito preso na França.

    O perfil "jihadista" de Mehdi Nemmouche, como descrito pelas autoridades, pode reavivar a polêmica sobre a vigilância de franceses que viajam para combater na Síria.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024