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    Militar libertado celebrou o Natal e jogava badminton com talebans

    DA AFP, EM MIRANSHAH

    01/06/2014 21h43

    O militar americano Bowe Bergdahl, que foi libertado pelo Taleban em troca da transferência de cinco prisioneiros afegãos de Guantánamo, desenvolveu uma boa relação com seus captores, segundo insurgentes ouvidos pela agência de notícias AFP.

    Bergdahl, o único militar detido no Afeganistão desde que a guerra começou em 2001, ficou cinco anos em cativeiro. Ele foi transferido várias vezes entre diversas facções militantes ao longo da volátil fronteira Afeganistão-Paquistão.

    Segundo um comandante da rede Haqqani paquistanesa, aliada do Taleban e com ligações com a Al Qaeda, pintou o retrato de um homem que se ajustou à sua nova vida e criou uma relação com os captores. "Ele gostava de kawa [chá verde afegão]. Ele bebia muito kawa o dia todo, que ele mesmo preparava."

    Com o tempo, Bergdahl, agora com 28 anos, acabou ficando fluente nos idiomas pashtum e dari. Ao contrário dos militantes, em sua maioria de etnia pashtuns e conhecidos por seu apetite por carne, Bergdahl preferia vegetais e comia carne apenas uma ou duas vezes por semana.

    Os militantes tentaram ensiná-lo sobre o Islã, mas ele preferiu se dedicar a outras atividades, como jogar badminton ou ajudar a cozinhar. "Ele adorava badminton e sempre jogava com seus captores. De fato, ele ensinou o jogo a eles."

    Imtiaz Gul, um analista de segurança, afirmou que os militantes cuidavam bem de Bergdahl como um importante trunfo de guerra. "Esses grupos raramente tratam reféns desse jeito", acrescentou.

    Alguns detalhes sobre a vida de Bergdahl no cativeiro foram conhecidos quando ele apareceu em um vídeo um mês depois do sequestro, em junho de 2009. "Fui capturado fora do campo da base. Eu estava na retaguarda de uma patrulha e fui capturado", contou Bergdahl no vídeo.

    De acordo com o comandante paquistanês, Bergdahl ficou sob a custódia do falecido mulá Sangeen Zadran, chefe da rede Haqqani. Uma fonte talibã acrescentou que Bergdahl caiu em mãos do grupo porque foi capturado por um criminoso ligado ao Taleban.

    Fontes militantes discordam das circunstâncias em torno de sua captura, mas muitas afirmam que, no momento, ele estava bêbado. O Exército americano jamais comentou esse detalhe.

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