• Mundo

    Saturday, 22-Jun-2024 23:21:51 -03

    Israel anuncia construção de três mil casas na Cisjordânia

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    05/06/2014 16h40

    Israel intensificou nesta quinta-feira (5) a política de assentamentos com o anúncio da construção de 3.000 casas na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, em represália pela formação de um governo de unidade palestino, decisão contra a qual os palestinos prometem recorrer às Nações Unidas.

    "Observamos a última escalada com a maior seriedade e a responderemos abordando o Conselho de Segurança e a Assembleia geral da ONU como a maneira correta de pôr freio a esta grave violação e garantir a prestação de contas", explicou Hanan Ashrawi, membro do comitê executivo da Organização para a Libertação da Palestina (OLP).

    O ministério israelense da Habitação abriu nesta quinta um processo de licitação para construir 1.100 casas na Cisjordânia, área governada pela Autoridade Nacional Palestina (ANP), e 400 na anexada Jerusalém Oriental.

    "Eu saúdo a decisão de dar a resposta sionista apropriada ao estabelecimento do governo palestino do terror", afirmou à rádio militar o ministro israelense da Habitação, Uri Ariel, que pertence ao partido nacionalista religioso e pró-colonização Lar Judeu.

    Estados Unidos, ONU, União Europeia e Rússia receberam favoravelmente o novo governo palestino de "unidade nacional", formado pela coalizão entre o Fatah –partido Mahmoud Abbas, presidente da ANP– e o Hamas –grupo que controla a Faixa de Gaza e é considerado terrorista.

    MAIS CASAS

    Depois de tomar conhecimento da intenção palestina de denunciar as colônias judaicas em seu território às Nações Unidas, o governo israelense ordenou o desbloqueio de um plano de construção de mais 1.500 casas.

    Editoria de arte/Folhapress

    Segundo a imprensa israelense, o governo havia paralisado há três meses o projeto, que prevê a construção de residências em 10 localidades da Cisjordânia.

    Uma fonte da administração palestina que pediu para não ser identificada afirmou que os dirigentes palestinos, que pediram ao governo dos Estados Unidos a adoção de "medidas sérias" contra Israel, "pensam seriamente em levar aos assentamentos aos tribunais internacionais".

    Desde que a Palestina obteve o status de Estado Observador da ONU em 2012, as autoridades palestinas ameaçaram iniciar ações legais contra a construção de colônias por Israel no Tribunal Penal Internacional de Haia.

    A obtenção da posição de Estado Observador abre para a Palestina o acesso a várias convenções e organizações internacionais.

    No início de abril, Abbas assinou pedidos de adesão da Palestina a 15 acordos e tratados internacionais, incluindo a Convenção de Genebra sobre a proteção de civis, após a decisão de Israel de não libertar um grupo de prisioneiros palestinos.

    A população das colônias judaicas na Cisjordânia alcançará em 2014 o total de 375.000 pessoas, um aumento de 4,2% na comparação com 2013. O direito internacional considera ilegais todas as colônias israelenses.

    VIAGEM

    O governo israelense restringirá o movimento entre Cisjordânia e Faixa de Gaza dos ministros do novo governo palestino de unificação, dos quais cancelou as permissões de viagem, informou nesta quinta-feira a imprensa local.

    Segundo o jornal "Haaretz", o responsável pelo Escritório Governamental de Coordenação com os Territórios, Yoav Mordechai, já comunicou à ANP que só autorizará o trânsito entre os dois territórios "após uma exaustiva apuração".

    Cada um dos novos membros do gabinete que deseje viajar entre um e outro território deverá apresentar uma solicitação pessoal que será examinada pela Administração Civil, acrescentou.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024