• Mundo

    Monday, 13-May-2024 19:21:18 -03

    Não vamos ser arrastados de volta para lá, diz Obama sobre o Iraque

    DE SÃO PAULO

    13/06/2014 13h26

    O presidente dos EUA, Barack Obama, disse nesta sexta (13) que está avaliando as alternativas de ajuda ao Iraque, mas que não enviará tropas ao país.

    "Não vamos [os EUA] ser arrastados de volta a uma situação em que enquanto estamos lá lideramos as coisas e, depois que saímos, as pessoas [lideranças iraquianas] agem de um jeito que não contribui para com a prosperidade do país em longo prazo", afirmou.

    Kevin Lamarque/Reuters
    O presidente Barack Obama fala à mídia nos jardins da Casa Branca, em Washington
    O presidente Barack Obama fala à mídia nos jardins da Casa Branca, em Washington

    O Iraque entrou em uma grave crise nos últimos dias devido a uma ofensiva militar por parte de um movimento radical islâmico chamado Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL), que tomou controle sobre partes do território iraquiano.

    Conforme Obama, o desafio "não é militar". Ele afirmou que o problema foi causado pela política iraquiana, que "não foi capaz de superar as divisões sectárias".

    SAIBA MAIS

    "Os americanos, inclusive contribuintes, fizeram grandes investimentos e sacrifícios para dar aos iraquianos a chance de ter um destino melhor. Mas eles precisam agarrá-la. Não podemos fazer isso por eles", afirmou o presidente, nos jardins da Casa Branca, em Washington.

    Obama disse que a decisão sobre a interferência americana deverá levar "vários dias" e não virá sem "um esforço sincero das lideranças contra sectarismo".

    Cobrou ainda "responsabilidade" por parte dos vizinhos. "Ninguém quer ver os terroristas ganhando terreno, e o Iraque entrando no caos", disse. "Mas cabe ao Iraque, como nação soberana, resolver os próprios problemas."

    A fala parece ter sido direcionada ao Irã, visto que há especulações sobre a entrada de forças especiais do país para conter os sunitas. O Pentágono, no entanto, afirmou que não pode confirmar a presença destes no em território iraquiano.

    A China, por sua vez. afirmou nesta sexta-feira (13) estar observando de perto os desdobramentos violentos no Iraque e ofereceu ao governo de Bagdá toda e qualquer ajuda que puder dar.

    "Por muito tempo, a China tem dado ao Iraque uma grande quantidade de todos os tipos de ajuda e está disposta a fornecer qualquer auxílio que for capaz", disse ela no seu comunicado diário à imprensa, sem dar mais detalhes.

    A China é o principal país que explora os campos de petróleo do Iraque, que são os maiores do Oriente Médio abertos ao investimento estrangeiro.

    AVANÇO

    Nesta sexta, os insurgentes, que são sunitas, fizeram avanços sobre a cidade de Samarra, o que levou o maior clérigo xiita a conclamar todos os iraquianos a pegarem em armas contra o EIIL. Samarra fica a apenas 110 km da capital do país, Bagdá.

    Ataques aéreos da Força Aérea do pais às cidades de Biji e Tikrit, nas mãos de jihadistas, deixaram ao menos 33 mortos e 46 feridos, segundo a agência Efe.

    O primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, viajou nesta sexta-feira para a cidade de Samarra, assediada por jihadistas, para uma reunião de segurança.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024