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    EUA se propõem a discutir com Irã situação no Iraque

    SAMY ADGHIRNI
    DE TEERÃ
    ISABEL FLECK
    DE NOVA YORK

    17/06/2014 03h55

    Diante da escalada da violência no Iraque, os EUA afirmaram nesta segunda-feira (16) estar "abertos" para trabalhar com o Irã para conter o avanço insurgente e anunciaram o envio de até 275 militares para garantir a segurança dos americanos e da embaixada do país em Bagdá.

    Segundo o secretário de Estado americano, John Kerry, os EUA discutirão com Teerã se o regime "puder contribuir com algo construtivo e estiver preparado para fazer algo que respeite a integridade e a soberania do Iraque".

    Em entrevista ao "Yahoo News", ele não especificou a natureza de uma possível cooperação, mas o Pentágono já descartou a opção militar.

    O Irã, que tem a maior população xiita na região, ao lado do Iraque, até agora enviou sinais ambíguos sobre uma possível cooperação contra os insurgentes sunitas do Estado Islâmico no Iraque e no Levante (EIIL).

    No sábado, o presidente iraniano, Hasan Rowhani, se disse aberto ao diálogo com o arqui-inimigo, desde que Washington se posicione claramente contra grupos sunitas presumivelmente apoiados por aliados da Casa Branca, como a Arábia Saudita.

    "No dia em que virmos os EUA agindo contra grupos terroristas no Iraque, então poderemos pensar [em cooperação]", afirmou Rowhani. Os EUA, por sua vez, defendem esforços para "incentivar os líderes iraquianos a governar de modo não sectário".

    Um importante assessor de Rowhani, Hamid Aboutalebi, escreveu no Twitter que apenas o Irã e os EUA poderiam resolver a crise iraquiana. A declaração é ainda mais relevante considerando que, em abril, Aboutalebi foi barrado pelos EUA para ser embaixador de seu país na ONU.

    O chefe do Conselho de Segurança Nacional do Irã, Ali Shamkhani, disse, porém, que uma cooperação com os EUA era "totalmente irreal."

    Há a expectativa de que o tema seja discutido às margens das negociações entre Teerã e o P5+1 (EUA, França, Reino Unido, China, Rússia e Alemanha) sobre o programa nuclear iraniano, em Viena.

    MILITARES

    Em carta ao Congresso, Barack Obama informou sobre o envio das forças para "oferecer apoio e segurança aos funcionários e à embaixada em Bagdá". Segundo ele, "essa força ficará no Iraque até a situação de segurança melhorar ao ponto de que ela não seja mais necessária".

    Cerca de 160 homens já chegaram ao Iraque –segundo a Casa Branca, com consentimento do governo local. O restante ficará em outro país próximo (não informado), em estado de alerta.

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