O rei Juan Carlos, 76, sancionou nesta quarta-feira (18) em Madri a lei que oficializa a sua abdicação ao trono da Espanha.

A lei foi publicada às 19h desta quarta no Brasil (0h de quinta-feira, 19, na Espanha). Com isso, na prática, encerraram-se os 39 anos de reinado de Juan Carlos. O Congresso espanhol proclamará rei seu filho Felipe, 46, na manhã desta quinta-feira (19).

A cerimônia de sanção da lei, realizada no Palácio Real, foi recheada de formalidades e contou com 160 convidados. No fim, Juan Carlos, acompanhado da rainha Sofia, deu um longo abraço no filho sucessor, que agora será chamado de rei Felipe 6º.

	Alberto Martin/Efe
	O rei Juan Carlos, 76, assina sua abdicação em Madri na presença da rainha Sofia e do príncipe Felipe

O evento desta quarta reforçou a fragilidade da saúde do rei. Ao tentar beijar duas netas, quase caiu e se apoiou na cadeira.

A Justiça proibiu o uso de bandeiras e outros símbolos republicanos pelo trajeto onde o novo rei e sua mulher, Letizia, vão passar nesta quinta-feira pelas ruas de Madri - a princípio, de carro fechado por motivos de segurança. Desde a abdicação, crescem protestos pelo fim da monarquia e a favor de um referendo para decidir a favor ou contra uma república.

Juan Carlos, que vai manter o título de rei, anunciou no dia 2 de junho a abdicação do trono. Em um discurso, disse que chegou a hora de uma "nova geração" assumir as reformas necessárias para o país.

A decisão ocorre em meio a recente turbulência na família real, com escândalo de corrupção envolvendo sua filha Cristina, e o marido dela Iñaki Urdangarin, suspeitos de crime fiscal e lavagem de dinheiro por meio de uma ONG.

O episódio desgastou a família real, que perdeu popularidade entre os espanhóis, agravada também pela crise financeira que atingiu o país nos últimos anos.

Juan Carlos assumiu em 22 de novembro de 1975, com a volta da monarquia ao país. Seu filho recebeu em 1977 o título de Príncipe das Astúrias e agora será coroado como rei Felipe 6º.