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    Combates no Iraque já deixaram 1 milhão de desalojados, diz ONU

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    20/06/2014 17h38

    A crise humanitária causada pelos conflitos no Iraque entre governo e jihadistas já deixou 1 milhão de desalojados, disse a ONU em relatório nesta sexta (20).

    De acordo com a coordenadora humanitária da organização no país, Jacqueline Badcock, cerca de 500 mil pessoas saíram de suas casas após os combatentes do Estado Islâmico no Iraque e no Levante (EIIL) tomarem o controle da cidade de Mossul, a segunda maior do país, no último dia 10.

    Desde a operação, os radicais sunitas lançaram ataques a outros locais-chave, como a refinaria de Baiji –a maior do Iraque– e ameaçam assédio a locais sagrados xiitas, ramo do islamismo seguido pela maioria dos iraquianos.

    Nesta sexta, foram registrados mais confrontos nos arredores da refinaria de Baiji, cercada por rebeldes desde o início da semana. O EIIL afirma ainda ter tomado a maior parte do aeroporto de Tal Afar.

    Pelo menos 47 corpos foram encontrados nesta sexta-feira em uma prisão de Tal Afar, que, segundo moradores, pertenciam a presos executados pelas forças de segurança há quatro dias.

    Segundo residentes e um detido foragido, os corpos pertenciam aos presos que se encontravam nessa prisão para terroristas e que foram executados pela polícia perante a intensificação dos combates contra a insurgência sunita, afirma a agência Efe.

    Já em Mossul, testemunhas disseram que jihadistas destruíram as estátuas de Othman al-Mousuli, um músico e compositor iraquiano do século 19, e de Abu Tammam, um poeta árabe medieval.

    O túmulo de Ibn al-Athir, um filósofo árabe que viajava com o Exército do sultão guerreiro Saladino no século 12, foi profanado depois que o EIIL tomou a cidade. Testemunhas disseram que a cúpula do santuário ficou destroçada e um parque ao redor foi também destruído.

    APELO

    Ainda nesta sexta, a máxima autoridade xiita do Iraque, o aiatolá Ali al-Sistani, exigiu que o novo parlamento do país se reúna e forme um governo com aprovação de todos, segundo um representante do religioso, Ahmed al Safi.

    "É necessário iniciar um diálogo entre os blocos ganhadores [das eleições de abril] para que se forme um governo que obtenha a aceitação nacional", disse Safi durante o sermão da reza das sextas-feiras na cidade santa xiita de Karbala, ao sul de Bagdá.

    A Corte Suprema ratificou há quatro dias os resultados das eleições parlamentares realizadas em 30 de abril, que deram a vitória por maioria simples à coalizão xiita Estado de Direito, dirigida pelo primeiro-ministro, Nuri al-Maliki.

    Safi, em nome de Sistani, advertiu que "demorar" para formar o novo governo –o atual é interino– complicará a situação no Iraque.

    "A situação atual faz com que seja um imperativo para os iraquianos a solidariedade, a coesão e a cooperação para aliviar o sofrimento das pessoas deslocadas", afirmou.

    Estados Unidos, Reino Unido e França, entre outros países, pediram nesta semana a Maliki que formasse um governo "inclusivo", em um momento no qual o país enfrenta o avanço da insurgência sunita liderada pelo jihadista Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL).

    Sistani fez um apelo aos estabelecimentos de venda de alimentos e pediu para que não subam os preços para ajudar no enfrentamento da crise.

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