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    Violência no Iraque matou mais de mil em junho, diz ONU

    DA REUTERS

    24/06/2014 09h54

    Mais de mil pessoas, na maioria civis, foram mortas e aproximadamente o mesmo número sofreu ferimentos em combates e outros atos de violência no Iraque em junho à medida que os militantes sunitas avançavam no norte do país, disse a Organização das Nações Unidas nesta terça-feira.

    Entre as vítimas estão várias pessoas executadas pelas forças do grupo Estado Islâmico no Iraque e no Levante (EIIL) e prisioneiros mortos por forças iraquianas em retirada.

    Pelo menos 757 civis foram mortos e 599 feridos nas províncias nortistas de Nínive, Diyala e Saladino entre 5 e 22 de junho, disse o porta-voz de direitos humanos da ONU, Rupert Colville, em declarações à imprensa.

    "Esse número, que deve ser visto de modo geral como o mínimo (estimado), inclui execuções sumárias e extrajudiciais constatadas de civis, policiais e soldados que não estavam em combate", afirmou Colville.

    Pelo menos outras 318 pessoas foram mortas e 590 feridas durante o mesmo período em Bagdá e áreas no sul do país, a maioria em atentados envolvendo veículos com bombas –ao menos seis na época, disse ele.

    Há também sequestros relatados nas províncias do norte e em Bagdá.

    CONFRONTOS

    Desde 9 de junho, os extremistas do EIIL tomaram Mossul, segunda maior cidade do Iraque; grandes partes de sua província, Nínive (norte); de Tikrit; e outras áreas das províncias de Saladino (norte), Diyala (leste) e Kirkuk (norte). Além disso, dominam as cidades de Fallujah, Al-Qaim, Rawa e Aana, na província de Al-Anbar, e partes de Ramadi.

    Os rebeldes avançaram rapidamente sem encontrar grandes obstáculos. Em seu avanço, os combatentes do EIIL assassinaram brutalmente centenas de soldados, de acordo com uma autoridade da segurança.

    "Centenas de soldados foram decapitados, enforcados em Saladino, Nínive, Diyala, Kirkuk e nas áreas controladas pelos terroristas do EIIL", afirmou Qassem Atta, porta-voz do primeiro-ministro Nouri Al-Maliki.

    Nesta segunda-feira (23), 69 presos e um policial morreram em um ataque rebelde cometido contra um comboio que transportava detentos, no sul de Bagdá, segundo fontes médicas e policiais.

    Além disso, na província de Nínive, duas bombas explodiram hoje na passagem de uma patrulha, perto de Rabia, perto da fronteira síria. Cinco pessoas morreram, e outras três ficaram feridas, declarou Halkurd Mulla Ali, porta-voz do ministério encarregado dos peshmergas.

    No norte de Bagdá, homens armados mataram seis membros de uma família sunita em casa também nesta segunda, relataram um coronel de polícia e o chefe de uma equipe médica local.

    As tropas do Exército iraquiano retomaram sem encontrar resistência, o posto fronteiriço de Al-Walid, que havia sido tomado na véspera pelos insurgentes sunitas, anunciaram as autoridades locais.

    Os insurgentes deixaram o posto, disse um coronel de polícia e um representante da polícia de fronteira, o que permitiu sua retomada por parte do Exército. Esse é um dos três postos na divisa entre Iraque e Síria. Os rebeldes ainda controlam o de Al-Qaim, invadido no último sábado, 21 de junho.

    O terceiro posto, o de Rabia, havia sido abandonado na semana passada pelas forças iraquianas durante uma ofensiva dos terroristas na província de Nínive, no norte do país. Hoje, está sob o controle das forças de segurança curdas.

    A Jordânia, que já enfrenta suas próprias questões de segurança com terroristas locais, também reforçou as medidas de segurança em sua fronteira com o Iraque depois que o governo iraquiano perdeu o controle de todas as passagens para a Síria.

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