O ex-primeiro ministro de Luxemburgo, Jean-Claude Juncker, foi indicado nesta sexta-feira (28) como o novo presidente da Comissão Europeia, braço Executivo da União Europeia.

A informação foi confirmada no Twitter por Herman Van Rompuy, presidente do Conselho Europeu. "Decisão tomada. O Conselho Europeu propõe Jean-Claude Juncker como nono presidente da Comissão Europeia", escreveu ele.

Pela primeira vez a indicação não foi unânime. Juncker enfrentou oposição do primeiro-ministro britânico, David Cameron, o que obrigou os 28 chefes de Estado UE a votarem na escolha.

O luxemburguês recebeu 26 votos e só não teve o apoio de Cameron e do premiê húngaro Viktor Orban.

Ele ainda precisa ter seu nome aprovado pelo Parlamento Europeu antes de ser confirmado para o mandato de cinco anos e substituir o português José Manuel Durão Barroso.

VETERANO

Juncker, de 59 anos, é um veterano da política do continente. Ele é o único líder ainda ativo que participou das negociações do tratado de Maastricht, em 1991, que estabeleceu as bases da atual União Europeia e o euro.

Além disso, foi o primeiro-ministro de Luxemburgo por 19 anos, até ser derrotado no ano passado. De perfil conservador, foi um dos idealizadores dos pacotes de ajuda para países como Grécia e Portugal enfrentarem a crise.

	Ints Kalnins/Reuters
	O ex-primeiro-ministro de Luxemburgo, Jean-Claude Juncker, indicado para presidir a Comissão Europeia

Filho de um metalúrgico alemão que fugiu do nazismo, Juncker defende garantias trabalhistas e é considerado um nome moderado dentro da centro-direita europeia.

Sua indicação foi feita pelo PPE (Partido Popular Europeu), bloco de centro-direita que venceu as eleições parlamentares continentais. Apesar do apoio de diversos países, incluindo a chanceler alemã Angela Merkel, ele enfrentava forte resistência de alguns líderes, principalmente de Cameron.

O britânico critica a defesa que Juncker faz do euro. O Reino Unido integra o bloco europeu desde 1973, mas não aderiu a moeda única e continua usando a libra.