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    Jovem palestino é assassinado em Jerusalém em possível retaliação

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    02/07/2014 07h49

    O corpo de um adolescente palestino foi encontrado nesta quarta-feira (2) em Jerusalém, um crime possivelmente relacionado ao sequestro e morte dos três jovens israelenses que foram enterrados na terça (1º).

    Segundo parentes e testemunhas, Muhammad Hussein Abu Khdeir, 16, foi obrigado a entrar em um carro por volta das 3h45 da madrugada, quando estava em frente a uma mesquita no bairro de Beit Hanina, esperando pela oração do amanhecer –a primeira do dia, de acordo com os preceitos do islã.

    O corpo, parcialmente queimado e com marcas de violência, foi encontrado em uma floresta em Jerusalém Ocidental.

    A polícia de Israel investiga a motivação do crime, que pode ter sido um ato de vingança pelo sequestro de três jovens judeus na Cisjordânia, quando buscavam uma carona para casa. Os corpos foram encontrados na segunda (30), próximo do local onde haviam desaparecido, ao norte de Hebron.

    O novo caso aumentou a troca de acusações entre os dois lados, com o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, responsabilizando colonos judeus pelo crime.

    Abbas pediu ao primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, que condene a morte "como nós condenamos as dos israelenses".

    Netanyahu pediu uma investigação para encontrar responsáveis pelo "assassinato desprezível". "Não pratiquem a lei com as próprias mãos", pediu o premiê.

    Na mesma linha, a Casa Branca condenou a morte do palestino e pediu que Israel e ANP ajam para "prevenir a atmosfera de vingança".

    O grupo radical Hamas, porém, disse em nota que Israel iria "pagar o preço pelo crime cometido pelos colonos". Autoridades israelenses culparam o Hamas, que controla a faixa de Gaza, pela morte dos israelenses. O grupo islamita negou envolvimento, mas disse apoiar ações contra Israel.

    CONFRONTO

    Após a notícia da morte de Khdeir, palestinos reunidos no bairro de Shuafat, em Jerusalém, onde mora a família do jovem, entraram em confronto com a polícia no local.

    As forças de segurança responderam com gás e granadas às pedras lançadas pelos palestinos, que também incendiaram estações de trem.

    Segundo o Crescente Vermelho, foram mais de 50 feridos, incluindo quatro jornalistas.

    Deputados árabes de Israel visitaram a família nesta quarta e responsabilizaram o governo israelense pelo caso, dizendo que o sangue de um palestino vale menos que de um judeu.

    A família de Naftali Fraenkel, um dos adolescentes judeus mortos, disse que a morte de Khdeir por motivos nacionalistas foi um "ato horrível". "Não há diferença entre sangue árabe e judeu. Não há perdão ou justificativa para qualquer morte", declararam em nota.

    Majdi Abu Khdeir, um primo de Khdeir, disse à CNN que a polícia deveria fazer o mesmo que fizeram em Hebron, referindo-se à destruição da casa de dois acusados pela morte dos israelenses, que pertenceriam ao Hamas.

    Um total de 20 foguetes foram lançados de Gaza a Israel nesta quarta, segundo as forças de defesa. Israel também bombardeou um local usado para o disparo de morteiros em Gaza.

    CISJORDÂNIA

    Israel demoliu nesta quarta-feria a casa do palestino Ziad Awad, preso este mês sob a acusação de ter matado um policial israelense à paisana em abril, informou o Exército.

    O episódio iniciou um confronto entre as forças de segurança e palestinos no local, a vila de Idhna, próxima a Hebron,

    A prática de demolir casas de acusados havia sido suspensa pelo Exército de Israel em 2005.

    Mais cerca de 40 palestinos foram presos na Cisjordânia na terça, em uma campanha para enfraquecer o Hamas na região. Segundo a agência palestina de notícias Wafa, foram 32 presos nesta quarta.

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