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    Líder dos curdos no Iraque pede referendo de independência

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    03/07/2014 12h17

    O presidente do Curdistão iraquiano, Masud Barzani, pediu nesta quinta-feira (3) ao Parlamento da região autônoma a organização de um referendo de independência.

    O pedido acontece durante a ofensiva do grupo radical sunita Estado Islâmico no Iraque e no Levante (EIIL), que já controla parte do país.

    "Os deputados deveriam preparar um referendo sobre o direito à autodeterminação desta região, que aspira a independência há décadas", declarou Barzani.

    O deputado curdo e membro do partido de Barzani, Mohama Khalil, explicou à agência Efe que primeiro será realizada uma consulta nas zonas disputadas com Bagdá para que determinem se aderem ao Curdistão. Depois disso, uma vez estabelecidas as novas fronteiras da região autônoma, será realizado o referendo de independência.

    Barzani alertou em uma entrevista à rede de televisão BBC no início da semana que o Curdistão pretendia organizar, nos próximos meses, um referendo de independência, ao assegurar que era o melhor momento, pois o Iraque já estava dividido.

    Na quarta (2), o primeiro-ministro iraquiano, Nouri al-Maliki, rejeitou a possibilidade do referendo "inconstitucional" e pediu aos curdos que não se aproveitem da atual crise para tentar a independência.

    O governo iraquiano perdeu o controle de diversas regiões do país para o EIIL desde que o grupo, que também age na Síria, iniciou uma ofensiva em junho.

    No último domingo (29), o EIIL proclamou um califado (Estado Islâmico) que abrange desde a província síria de Aleppo à província de Diyala, no Iraque.

    O avanço dos insurgentes também permitiu aos curdos assumir o controle de regiões que Bagdá não permitia, especialmente a cidade de Kirkuk, rica em petróleo.

    Os cinco milhões de curdos do Iraque, que vivem em relativa paz desde os anos 1990, expandiram seu território em cerca de 40% nas últimas semanas.

    O novo parlamento iraquiano eleito ainda não conseguiu definir um novo primeiro-ministro para o país. O grupo de Maliki venceu as eleições parlamentares de abril, mas não tem maioria para apontar o premiê, o que levou a um impasse.

    RETIRADA

    O Exército iraquiano assegurou nesta quinta que controla a fronteira com a Arábia Saudita, negando informações de que teria retirado os soldados do local.

    Em entrevista coletiva em Bagdá, o porta-voz militar, Qasem Ata, ressaltou que as informações sobre a retirada iraquiana são "falsas" e foram divulgadas por meios de comunicação "hostis".

    "A fronteira está totalmente controlada por nossa guarda fronteiriça", afirmou Ata, que acrescentou que é possível que algum soldado tenha abandonado sua posição, mas que isso não significa uma retirada completa.

    Na rede de televisão saudita "Al Arabiya", foram publicados vídeos de supostos soldados iraquianos comentando que tinham recebido ordens para se retirar da fronteira de 800 quilômetros.

    A "Al Arabiya" também informou que cerca de 30 mil soldados sauditas teriam sido deslocados para o lado saudita da fronteira, um dado que não foi confirmado em nenhum outro meio.

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