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    Em comitiva chinesa, irmão de Lula não é recebido por Dilma

    PATRÍCIA CAMPOS MELLO
    MARCELO NINIO
    SOFIA FERNANDES
    ENVIADOS ESPECIAIS A FORTALEZA
    ANDRÉ UZÊDA
    DE FORTALEZA

    16/07/2014 02h31

    Em meio à multidão de chefes de Estado e ministros reunidos para a cúpula dos Brics em Fortaleza, Genival Silva, irmão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, parecia desanimado.

    "Estamos tentando ser recebidos pela presidente Dilma, mas acho que não vamos conseguir", contou Vavá, como é conhecido.

    Vavá estava com uma comitiva de empresários chineses da Câmara de Comércio de Desenvolvimento Internacional Brasil-China, uma das inúmeras existentes no Brasil. Eles haviam trazido um broche "da sorte" de presente para a presidente.

    Aposentado como funcionário da Prefeitura de São Bernardo, Vavá é vice-presidente da câmara chinesa. "É mais por amizade, ele não tem expertise em nada", dizia o diretor Frank Sun.

    Em 2007, o irmão de Lula foi indiciado por tráfico de influência no Executivo dentro da Operação Xeque-Mate, em que a Polícia Federal prendeu 77 acusados de pertencer à máfia dos caça-níqueis.

    Lalo de Almeida/Folhapress
    Genival Inácio da Silva, o Vavá, irmão do ex-presidente Lula; ele integrou comitiva chinesa
    Genival Inácio da Silva, o Vavá, irmão do ex-presidente Lula; ele integrou comitiva chinesa na cúpula

    FÃ DA CHINA

    Vavá diz que não recebe salário da câmara, "só comissão se fechar algum negócio". A câmara ajuda brasileiros a investir na China e chineses a fazer negócios no Brasil.

    O irmão de Lula contou que foi à China no ano passado e ficou de queixo caído com o que viu. "Que estradas, que prédios, que desenvolvimento", derramou-se Vavá.

    Ele também se esbaldou com a culinária chinesa, que os brasileiros costumam estranhar. O que mais o marcou foi o baiju, a popular aguardente de arroz, que Genival chamou de "cachacinha chinesa", e o pato laqueado, tradicional prato de Pequim.

    "Adorei aqueles frangos pendurados", brincou, em referência aos patos expostos nos restaurantes chineses.

    A segurança que sentiu na China também chamou a atenção de Genival, sobretudo comparada à do Brasil.

    "Imagine que queríamos ir a uma praia aqui de Fortaleza, mas fomos desaconselhados por policiais, que disseram ser perigoso. E eles estão ali para quê?", revoltou-se.

    Segundo Fabio Hu, presidente da câmara comercial, Genival não conseguiu se encontrar com a presidente Dilma porque não estava credenciado. Mas Hu foi cumprimentar a presidente.

    Procurado, o Planalto não se manifestou.

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