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    Ditador da Síria toma posse e ameaça Ocidente por apoio à rebelião

    DA AFP

    16/07/2014 12h00

    O ditador sírio, Bashar al-Assad, afirmou nesta quarta-feira (16) que os países ocidentais e árabes que apoiam a insurgência contra seu governo pagarão caro, durante a cerimônia de posse de mais um mandato de sete anos à frente do governo.

    Os países ocidentais acreditavam em uma queda rápida de Assad no início do conflito, mas o autocrata de 48 anos prestou juramento nesta quarta-feira sobre o Alcorão durante uma imponente cerimônia no palácio presidencial diante dos deputados reunidos em sessão extraordinária, além de outros mil convidados.

    Assad caminhou ao longo de um grande tapete vermelho diante dos convidados, incluindo os representantes das diferentes unidades militares do Exército, o principal apoio do regime contra a rebelião.

    Sana/AFP
    Bashar al-Assad toma posse para seu terceiro mandato na Síria
    Bashar al-Assad toma posse para seu terceiro mandato na Síria

    A Síria, onde os radicais do Estado Islâmico (EI) controlam setores na região leste, sofre com uma guerra há mais de três anos, que já provocou quase 170.000 mortes e obrigou a fuga de milhões de pessoas.

    "Sírios, transcorreram anos desde que alguns gritaram liberdade", disse Assad no discurso de posse, em referência à oposição e à rebelião que tentam derrubá-lo desde março de 2011.

    "Gostariam de uma revolução, mas vocês têm sido os verdadeiros revolucionários. Eu os felicito por vossa revolução e vossa vitória", completou, em direção a seus partidários.

    "Repito meu apelo hoje para aqueles que se desviaram do caminho abandonem suas armas, porque não vamos parar de lutar contra o terrorismo e golpeá-lo onde quer que seja, até restaurar a segurança em cada ponto da Síria", disse Assad.

    Assad, reeleito em 3 de junho em eleições cuja credibilidade foi contestada, nunca reconheceu a revolta contra o governo, que começou com manifestações pacíficas por democracia até virar uma guerra civil.

    Ele concorreu contra dois candidatos, realizando a primeira eleição presidencial na história da Síria, depois de quatro décadas de referendos para aprovar a nomeação de Assad e seu pai para o cargo. Assad venceu com 88,7% dos votos. O comparecimento às urnas foi de 73,4%.

    AMEAÇA

    No discurso, Assad também reservou palavras para a comunidade internacional.

    "Em breve nós veremos que os países árabes, regionais e ocidentais que apoiaram o terrorismo também pagarão muito caro". Assad se refere aos oposicionistas que lutam contra o Exército como terroristas.

    A Síria tem como aliados internacionais a Rússia e o Irã, que forneceram armas e dinheiro. Além disso, Rússia e China usaram o poder de veto no Conselho de Segurança da ONU para evitar sanções contra Damasco.

    Assad também conta com o apoio dos experientes combatentes do Hizbullah xiita libanês, que ajudaram o exército sírio a ganhar terreno, enquanto os rebeldes travam uma batalha entre si, o que já provocou mais de 6.000 mortes desde janeiro.

    Além disso, a brutalidade dos combatentes do EI e sua expansão tanto na Síria como no Iraque chamam a atenção dos ocidentais.

    O juramento de Assad acontece em um momento explosivo em toda a região, com uma nova ofensiva israelense em Gaza, o Iraque muito fragilizado com o avanço do EI e a Líbia refém da anarquia.

    O novo líder da oposição síria, Hadi al-Bahra, considera Assad a "causa principal de instabilidade, e não a solução do conflito".

    Assad assumiu o poder em 2000 após a morte do seu pai Hafez Assad, que governou por três décadas.

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