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    EUA ampliam sanções à Rússia devido à crise ucraniana

    RAUL JUSTE LORES
    DE WASHINGTON

    16/07/2014 18h07

    O governo americano anunciou nesta quarta-feira (16) novas sanções contra a Rússia, em especial os bancos e as empresas energéticas e de defesa do país. As medidas são as mais duras já anunciadas após a intervenção russa na Ucrânia, em fevereiro passado.

    Essas novas medidas vetam especificamente o acesso ao mercado de créditos superiores a 90 dias, o que, em tese, dificulta que as empresas russas façam negócios a longo prazo. Entre as empresas atingidas estão, por exemplo, Gazprombank, Kalashnikov, Novatek e Rosneft, segundo lista divulgada pelo site do Departamento do Tesouro americano.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Não houve bloqueio de bens ou de contas.

    O anúncio ocorre um dia depois de os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) terem feito várias críticas indiretas aos EUA. O comunicado elaborado na reunião de cúpula do bloco, em Fortaleza, condenada, por exemplo, "sanções econômicas em violação ao direito internacional", em uma alusão às punições que já tinham sido impostas a Moscou por EUA e UE (União Europeia).

    Ocorre também horas depois de uma conversa por telefone entre o presidente americano e a chanceler alemã, Angela Merkel. O governo americano quis indicar que a ação foi coordenada com os líderes da União Européia se encontram reunidos em Bruxelas.

    Merkel, por meio de seu porta-voz, afirmou que Putin não tinha cumprido o prometido em uma cúpula anterior e que os rebeldes pró-Rússia se negavam a sentar em uma mesa de negociação com mediadores internacionais.

    Mas até agora as sanções anunciadas pelo bloco europeu, onde há vários países dependentes do gás russo, foram bastante mais tímidas. A Rússia não poderá ter acesso a financiamentos a dois bancos de desenvolvimento e investimento multilaterais da UE.

    As sanções de EUA e Europa contra a Rússia são anunciadas coincidindo com a turnê latino-americana de Putin, que está no Brasil na cúpula dos Brics.

    "Dissemos por algum tempo que a negativa da Rússia de tomar alguns passos para reduzir a escalada do conflito na Ucrânia os coloca em risco de maior isolamento e maiores consequências econômicas", disse em coletiva o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, horas antes do anúncio das medidas.

    Fontes do governo americano disseram aos jornalistas que os serviços de inteligência do país detectaram que a Rússia não deixou de enviar mais tropas e armas para separatistas ucranianos pró-Rússia.

    O governo da Ucrânia já afirmou que a Rússia seria responsável pela queda de um avião militar no leste da Ucrânia.

    Na segunda-feira, embaixadores dos países da União Europeia em Washington foram convocados para uma reunião na Casa Branca, aonde receberam informação sobre o envolvimento russo com a turbulência política na Ucrânia –e, assim, pedir apoio.

    Entre final de março e o final de abril, a Casa Branca anunciou sanções contra duas dezenas de grandes empresários russos proximos do presidente Vladimir Putin e de alguns funcionários do governo russo, com restrições a vistos e bloqueio de ativos. Sanções setoriais eram ameaçadas por Obama desde maio.

    A oposição republicana e até membros do Partido Democrata dizem que Putin não teme as ameaças do presidente americano.

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