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    Presidentes sul-americanos elogiam criação de banco dos Brics

    FLÁVIA FOREQUE
    PATRÍCIA CAMPOS MELLO
    SOFIA FERNANDES
    TAI NALON
    DE BRASÍLIA

    16/07/2014 18h08

    Os presidentes da América do Sul elogiaram nesta quarta-feira (16) a criação do banco dos Brics, e mostraram interesse na iniciativa, vista como uma nova fonte de recursos para projetos de desenvolvimento nesses países.

    A diminuição da dependência de organismos como Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial para obtenção de financiamentos deu o tom dos elogios.

    "Apostamos num mundo multipolar", afirmou Cristina Kirchner, presidente da Argentina.

    Segundo o presidente uruguaio, José Mujica, a existência de mais alternativas além do FMI é vantajosa. "O mundo financeiro é imprevisível e a insegurança e a volatilidade do mundo atual são muito grandes. Isso nos obriga a ter uma reserva. Meu país é muito pequeno, tem um PIB de US$ 52 bilhões e tem uma reserva de US$ 18 bilhões, o que é uma disparidade. Por que temos isso?", disse o presidente.

    "O mundo precisa de uma nova ordem internacional financeira. O novo banco, no futuro, acabará com as políticas de neoliberalismo e neocolonialismo", disse o presidente da Bolívia, Evo Morales.

    O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, destacou que o encontro de hoje, que reuniu 16 chefes de Estado dos Brics e América do Sul, concentrou simbolicamente a metade da população do mundo e um quarto do PIB.

    "É muito importante o tema de como fazer para que o crescimento e o desenvolvimento seja efetivo na luta contra a pobreza e ao mesmo tempo seja mais amigável com o meio ambiente", disse Santos.

    O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, propôs uma aliança de trabalho entre o Banco do Sul –fundo monetário da União de Nações Sul-Americanas (Unasul)– e o banco dos Brics, com o objetivo de "fazer uma nova arquitetura financeira que beneficie o desenvolvimento econômico em condição de equidade para nossos países".

    NOVO BANCO

    Os chefes de Estado dos países-membros dos Brics –Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul– e dos 11 demais países da América do Sul estiveram reunidos na tarde desta quarta-feira.

    Na sessão conjunta, que compõe a programação da sexta cúpula dos Brics, cada líder falou de seu país e de como o banco do bloco pode contribuir para o desenvolvimento e a integração da região.

    Não há nenhum documento formal da reunião de hoje, nem compromissos formais.

    O acordo de criação do banco dos Brics foi assinado nesta terça-feira (15) pelos líderes do bloco, em Fortaleza. Os congressos dos cinco países precisam aprovar a criação para que ele comece a funcionar, o que deve acontecer em 2016, pelas estimativas do governo brasileiro.

    O banco terá US$ 50 bilhões de capital para financiar projetos de infraestrutura nos Brics, na primeira fase do banco, e em outros países emergentes. Esse valor poderá ser expandido a US$ 100 bilhões.

    A intenção de aprofundar a cooperação entre os Brics e a América do Sul está na Declaração de Fortaleza, documento da cúpula divulgado nesta terça.

    A declaração fala da disposição do grupo para o "crescente engajamento com outros países, em particular países em desenvolvimento e economias emergentes de mercado", e reafirma o apoio do bloco aos projetos de integração da América do Sul.

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