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    EUA, Putin e Merkel pedem cessar-fogo após queda de avião na Ucrânia

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    18/07/2014 08h02

    Os Estados Unidos, o presidente russo, Vladimir Putin, e a chanceler alemã, Angela Merkel, pediram o cessar-fogo "imediato" na Ucrânia para garantir o acesso ao local, no leste do país, onde caiu um avião com 298 passageiros e facilitar assim a recuperação dos corpos.

    "Conversas diretas entre os lados opositores devem acontecer o mais rápido possível. Todos os lados do conflito devem rapidamente parar de lutar e começar as negociações de paz", disse Putin nesta sexta (18).

    "Pedimos a todas as partes envolvidas, a Rússia, os separatistas pró-russos e a Ucrânia, que apoiem um cessar-fogo imediato", afirmou em comunicado o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, nesta quinta-feira (17).

    Merkel também pediu nesta sexta-feira (18) um cessar-fogo na Ucrânia para facilitar a investigação sobre a queda do avião civil em uma área do país controlada por separatistas pró-Rússia.

    "O importante agora é realizar uma investigação independente o mais rápido possível. Para isto, um cessar-fogo é necessário e isto é crucial para que os responsáveis (pela tragédia) sejam levados à justiça", disse Merkel.

    No entanto, um líder separatista descartou nesta sexta-feira um cessar-fogo, mas declarou que os insurgentes pró-russos autorizarão o acesso de investigadores ao local.

    "Não haverá cessar-fogo, mas permitiremos que os especialistas se dirijam ao local da catástrofe", declarou Alexander Borodai, primeiro-ministro da República de Donetsk, não reconhecida por Kiev, durante uma coletiva de imprensa.

    Borodai também negou que os rebeldes tivessem recolhidos as caixas-pretas do avião.

    A Organização para a Cooperação na Europa (OSCE) anunciou que 30 membros da missão que monitora a Ucrânia já chegaram ao local da queda.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Earnest antecipou que Washington trabalhará com os países envolvidos e seus parceiros nas organizações internacionais "nas próximas horas e dias" para determinar o melhor caminho a ser seguido.

    O porta-voz insistiu que "é vital" não manipular nenhuma prova e que "todas as evidências potenciais e os destroços no local do acidente permaneçam intactos".

    Também declarou que, mesmo antes de ter acesso a todas as provas, está claro que o acidente aconteceu no contexto de uma crise na Ucrânia "encorajada pelo apoio russo aos separatistas, inclusive através do fornecimento de armas, equipamentos e treinamento".

    Najib Razak,, primeiro-ministro da Malásia, pediu uma investigação, após conversar por telefone com o presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, e com o americano Barack Obama.

    O Boeing-777 de Malaysia Airlines caiu na região leste de Donetsk, cenário de combates entre as forças governamentais da Ucrânia e os rebeldes pró-russos, que logo após o incidente trocaram acusações pela queda da aeronave.

    DERRUBADO

    Os serviços de inteligência dos EUA consideram que o avião foi atingido por um míssil terra-ar, mas não puderam confirmar ainda a origem do projétil que derrubou a aeronave, segundo fontes de inteligência citadas pela emissora "CNN" e pelo jornal "The Washington Post".

    "Não foi um acidente, (o avião) explodiu no céu", disse o vice-presidente dos Estados Unidos, Joseph Biden, durante um discurso nesta quinta-feira em Detroit, no estado americano do Michigan.

    Obama pediu uma investigação "rápida" e "sem obstáculos" sobre a queda do avião.

    "Muito provavelmente o MH17 foi derrubado", disse o ministro holandês de Segurança e Justiça, Ivo Opstelten.

    Putin também disse nesta sexta-feira que a catástrofe requer uma investigação "exaustiva e objetiva".

    Segundo o Kremlin, o presidente afirmou que o incidente revela a necessidade de uma solução pacífica e rápida para o conflito no leste da Ucrânia.

    "O chefe de Estado russo ressaltou que a tragédia ocorrida demonstra mais uma vez a necessidade para que se chegue, o mais rápido possível, a uma solução pacífica da grave crise na Ucrânia, e destacou que é necessária uma investigação exaustiva e objetiva sobre as circunstâncias da catástrofe", informou o Kremlin em comunicado.

    Putin também expressou suas condolências ao primeiro-ministro da Holanda, já que a maior parte dos quase 300 passageiros do avião da Malaysia Airlines que fazia a rota Amsterdã-Kuala Lumpur eram holandeses.

    O primeiro-ministro ucraniano, Arseni Yatseniuk, acusou a Rússia diretamente nesta sexta-feira. "Os russos foram longe demais. É um crime internacional cujos responsáveis devem ser julgados em Haia", afirmou.

    "Se, como parece possível, o avião foi derrubado, os autores devem ser responsabilizados e devemos não perder tempo em fazê-lo. É um incidente absolutamente chocante", disse em nota o premiê do Reino Unido, David Cameron.

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