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    Ucrânia acusa rebeldes de destruírem provas de crime na queda do avião da Malaysia

    DA EFE

    19/07/2014 07h49

    O governo da Ucrânia denunciou neste sábado (19) que os rebeldes pró-Rússia, que controlam a região onde o voo MH17 da Malaysia Airlines foi derrubado por um míssil na última quinta-feira (17), removeram 38 corpos do local do incidente.

    "Milicianos armados afastaram as equipes de resgate e os deixaram sem meios de comunicação. Levaram os corpos em um caminhão. De acordo com os milicianos, os corpos serão levados para a cidade de Donetsk", informou uma fonte do governo da região onde aconteceu o acidente, citada pela imprensa ucraniana.

    O governo também afirma que os rebeldes destruíram evidências de "crimes internacionais" que estavam entre os destroços do avião.

    O primeiro ministro ucraniano afirmou que homens armados impediram especialistas do governo de coletar evidências no local e ainda ameaçaram a equipe.

    O ministro dos Transportes da Malásia, Liow Tiong Lai, viajará neste sábado para a Ucrânia para garantir o acesso dos investigadores malaios ao lugar onde estão os destroços da aeronave.

    "Queremos garantir um corredor seguro ao local", disse Liow à imprensa, que acrescentou que dois investigadores malaios especializados em acidentes aéreos já estão em Kiev.

    Liow evitou se pronunciar sobre quem tem a posse das caixas-pretas do avião, que segundo a agência russa "Interfax" foram encontradas por rebeldes ucranianos, e garantiu que o governo malaio ainda não pôde confirmar nenhuma informação.

    O primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak, pediu à ONU na noite de sexta-feira (18) que garanta a segurança das equipes de resgate da Malásia e que as provas relacionadas com o incidente não sejam manipuladas.

    Najib também pediu que "caso a investigação determine que o MH17 foi derrubado, será exigido que os culpados sejam levados à Justiça", em mensagem transmitida pela televisão estatal.

    O ministro da Defesa malaio, Hishammuddin Hussein, reiterou que a principal prioridade é garantir o acesso seguro dos investigadores ao local do acidente.

    "Não teremos nenhuma posição até que os fatos sejam verificados: se o avião foi realmente abatido, queremos saber como ele foi derrubado e quem o fez", acrescentou.

    Hishammuddin confirmou através do Twitter que sua avó adotiva está entre as 44 vítimas malaias, que também é parente de seu primo, o primeiro-ministro Razak.

    REBELDES NEGAM ACUSAÇÕES

    Os rebeldes que controlam a região no leste da Ucrânia onde o voo MH17 da Malaysia Airlines foi derrubado por um míssil na última quinta-feira (17) negam ter alterado a cena da tragédia.

    Os grupos afirmam que estão preocupados com a situação humanitária no local, na medida em que os corpos das vítimas estão em decomposição e no calor, segundo o líder separatista Aleksander Borodai.

    "Corpos de pessoas inocentes estão caídos no calor. Nos reservamos o direito, se o atraso permanecer, de começar o processo de retirada dos corpos. Nós pedimos à Rússia para que nos ajude com esse problema e envie seus especialistas", disse Borodai.

    O líder dos rebeldes disse ainda que as caixas-pretas da aeronave não foram encontradas, ao contrário do que estava sendo divulgado.

    O grupo pró-Rússia liberou, neste sábado (19), a entrada de monitores da OSCE (Organização para Segurança e Cooperação na Europa, na tradução do inglês) em parte da área onde ocorreu a queda do avião.

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