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    Para EUA, sistema de mísseis usado contra avião da Malásia veio da Rússia

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    20/07/2014 12h33

    Os Estados Unidos detectaram o lançamento de um míssil antiaéreo e observaram sua trajetória na última quinta-feira (17), quando um avião de passageiros foi destruído no leste da Ucrânia, afirmou neste domingo (20) o secretário de Estado, John Kerry.

    "Nós sabemos com certeza que durante o último mês existiu um fluxo de armamento, um comboio de cerca de 150 veículos, incluindo transporte de pessoas, lançadores de mísseis e artilharia, da Rússia para o leste da Ucrânia", disse Kerry em uma entrevista à CNN.

    Kerry declarou ainda que está "claro" que o sistema de mísseis utilizado para derrubar o avião malasiano vem da Rússia.

    "É evidente que este é um sistema que foi transferido da Rússia para as mãos dos separatistas" pró-russos, disse Kerry à emissora de televisão

    Neste domingo (20) a administração Obama esquentou os ânimos em torno do caso.

    "Este é o momento da verdade para a Rússia", disse Kerry. "A Rússia está apoiando esses separatistas. A Rússia está a armando esses separatistas. A Rússia está treinando esses separatistas e a Rússia ainda não fez o necessário para mantê-los sob controle ".

    Além disso, ele disse que o governo estava esperançoso de que o ataque iria estimular o apoio da Europa para que aumentem as sanções à Rússia sobre suas ações na Ucrânia.

    "Esperamos que isso chame atenção de alguns países da Europa que têm sido relutantes em agir", disse Kerry.

    Em uma rodada de entrevistas de televisão, o secretário citou uma mistura de relatórios da inteligência e de mídias sociais dos EUA que, segundo ele, "obviamente apontam um dedo muito claro para a responsabilidade dos separatistas" no disparo de um míssil SA-11 russo que teria derrubado o avião matando cerca de 300 passageiros e tripulantes.

    "É muito claro que este é um sistema que foi transferido da Rússia para as mãos dos separatistas", disse ele.

    Ele disse também que a inteligência dos EUA tinha autenticado fitas de telefonemas interceptados entre separatistas que revelam discussões sobre as consequências do acidente do voo MH17 da Malaysia Airlines em território contestado no leste da Ucrânia.

    Ele acrescentou que os separatistas tinham abatido cerca de 12 aeronaves ao longo do mês passado, e se gabavam nas interceptações telefônicas sobre o ataque de quinta-feira até que perceberam que era um jato comercial.

    Kerry exigiu que o presidente russo, Vladimir Putin faça jus ao seu compromisso de pressionar por uma investigação internacional completa e independente sobre queda do Boeing e que use sua influência sob os separatistas que capturaram as caixas-pretas do voo e removeram os corpos das vítimas da cena.

    "Este é um momento muito, muito crítico para a Rússia para se manifestar publicamente e se unir ao esforço de garantir que haja uma investigação adequada", disse Kerry.

    O secretário acusou a Rússia "jogar" uma política de duas vias na Ucrânia, de dizer uma coisa e fazer outra. Isso, segundo ele, "é realmente ameaçador tanto aos interesses maiores, bem como à região e à própria Ucrânia."

    Putin e outras autoridades russas acusaram o governo da Ucrânia de criar uma situação e clima em que o avião foi abatido, mas ainda têm direta relação às acusações de que separatistas foram responsáveis ou estavam operando com assistência técnica de Moscou.

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