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    No Brasil, líder da União Europeia diz que derrubada de avião é 'gravíssima'

    PEDRO SOARES
    DO RIO

    21/07/2014 16h18

    O presidente da Comissão Europeia, o português José Manuel Durão Barroso, classificou a possível derrubada do avião da Malaysia Airlines por separatistas pró-Rússia no leste da Ucrância como "um dos fatos mais graves nos últimos anos no plano da segurança mundial" e cobrou uma resposta de Moscou ao caso.

    "Esta situação nova tem a ver com um ataque contra um avião civil. É um fato de extrema gravidade e a comunidade internacional não pode deixar passar impune uma situação dessas. Se começarmos a aceitar que aviões comerciais transportando civis podem ser derrubados por mísseis terra-ar, para onde vai este mundo?", disse o líder da União Europeia, em entrevista após almoço na Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro).

    Barroso afirmou ainda que as primeiras indicações, que ainda precisam de confirmação, apontam que o avião foi abatido por rebeldes apoiados pela Rússia, e cobrou ainda uma posição clara da Rússia sobre a queda do avião.

    "Isso é gravíssimo e não pode ser aceito. Eu espero, por isso, que a Rússia faça de tudo para esclarecer o que se passou. Essa é a única posição que a comunidade internacional deve defender para uma ordem internacional justa e com paz."

    Outra crítica do líder europeu foi em relação à dificuldade de acesso à área onde o avião caiu –dificultado pelos separatistas– e o descumprimento de regras internacionais estabelecidas para desastres aéreos.

    "A regras e acesso ao local do acidente –que não se pose dizer que foi um acidente– não estão a ser cumpridas e acumulam-se cada vez mais indícios que foram os separatistas pró-russos que abateram o avião."

    Mais cedo, em debate na Fundação Getúlio Vargas, Barroso já havia criticado a anexação da Crimeia (região de maioria russa, mas que era território da Ucrânia) e a postura do governo russo em todo o conflito na região –detonado após uma onda de protestos populares pró-adesão da Ucrânia à União Europeia, o que reduziria a influência da Rússia no país.

    "Vimos na Rússia tons nacionalistas que julgamos que não faziam mais parte do século 21 e uma lógica da Guerra Fria que é lamentável", disse.

    Ele afirmou que a anexação da Crimeia e a revolta de separatistas que culminou na derrubada do avisão da Malaysia foram "violações absolutas" e "inaceitáveis".

    "A União Europeia não pode aceitar esse tipo de comportamento."

    RESPOSTA DURA À RÚSSIA

    Barroso apoiou sanções à Rússia, mas descartou a possibilidade de um conflito bélico.

    "Nós não queremos confrontação com a Rússia, mas algum tipo de comportamento tem de ter resposta [sanções] para evitar consequências mais graves mais tarde", disse, temendo uma escalada das tensões entre Moscou e a Europa e novos ataques como este a um avião civil.

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