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    Chefe de direitos humanos da ONU fala em crimes de guerra de Israel

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    23/07/2014 06h53

    A Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, pediu nesta quarta-feira (23) uma investigação sobre os possíveis crimes de guerra cometidos por Israel em Gaza e denunciou os ataques indiscriminados do movimento islamita Hamas contra zonas civis.

    "Existe uma alta possibilidade de que o direito humanitário internacional tenha sido violado, o que pode constituir crimes de guerra", disse Pillay. Também denunciou que, "mais uma vez, os princípios de diferenciação e de precaução não foram respeitados claramente nos ataques indiscriminados cometidos contra zonas civis pelo Hamas e por outros grupos palestinos armados".

    Abrindo um encontro de emergência no Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra, Pillay citou ataques aéreos israelenses e bombardeios atingindo casas e hospitais em Gaza.

    "Estes são apenas alguns exemplos em que parece haver uma forte possibilidade de que o direito internacional humanitário tenha sido violado, o que pode configurar um crime de guerra", disse.

    O ministro das Relações Exteriores palestino acusou Israel de cometer crimes contra a humanidade em Gaza e exigiu uma investigação internacional, durante a reunião.

    "Israel está cometendo crimes hediondos. Israel destrói completamente bairros residenciais. O que Israel faz (...) é um crime contra a humanidade" e "viola as convenções de Genebra", declarou o ministro Riad Maliki.

    Já o representante israelense no Conselho, Eviatar Manor, acusou o Hamas de cometer "crimes de guerra quando dispara foguetes e mísseis" contra civis, "constrói túneis para atacar aldeias" e oculta munições nas escolas.

    "O Hamas carrega toda a responsabilidade pelas vítimas de Gaza" e o presidente palestino, Mahmmud Abbas, "deveria dissolver seu governo para demonstrar sua vontade de paz", afirmou.

    O Conselho de Direitos Humanos convocou a sessão especial de um dia a pedido dos palestinos, Egito e Paquistão.

    Israel, que acusa o Conselho ser parcial, boicotou o fórum de Genebra por 20 meses, retomando a cooperação em outubro.

    Na terça-feira (22), o número de militares israelenses mortos nos combates na faixa de Gaza desde o início da operação Margem Protetora subiu para 29, informou o Exército de Israel.

    As Forças Armadas israelenses detalharam em um comunicado que, desde a manhã de na terça-feira, três soldados feridos se encontram em estado crítico, além de outros nove que sofreram ferimentos graves e oito feridos levemente em diferentes incidentes que tiveram o envolvimento de milicianos da faixa de Gaza.

    O número de mortos entre os palestinos já passou de 600, enquanto os feridos são quase 4 mil, segundo a ONU, a maioria deles civis e vítimas dos bombardeios das Forças Armadas de Israel sobre o território palestino.

    AJUDA HUMANITÁRIA

    O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) anunciou nesta quarta-feria a suspensão dos combates em duas áreas de Gaza para permitir a passagem de comboios humanitários.

    A pausa deve permitir a evacuação dos feridos de Shajaya, o bairro a leste da cidade de Gaza, e de Khuzaa, no sul do território, segundo Cécilia Goin, porta-porta do CICV.

    Segundo a conta do CICV no Twitter, uma terceira zona está incluída na trégua, no norte da Faixa de Gaza, em Beit Hanun, perto da fronteira israelense.

    O presidente do Irã, Hasan Rowhani, declarou que não está sendo permitida a entrada à missão médica que o Irã enviou à Gaza, informaram nesta quarta-feira veículos de imprensa do país.

    O presidente iraniano denunciou que Israel "está invadindo Gaza com todo tipo de armas por terra, mar e ar, e matando crianças, mulheres e idosos" e mostrou sua esperança que "os oprimidos palestinos sejam vitoriosos em sua luta desigual" contra os "invasores".

    O porta-voz da Comissão de Segurança Nacional e Política Externa do parlamento iraniano, Hossein Naqavi Hosseini, anunciou na terça que seis deputados iranianos viajarão em breve a Gaza para manifestar o apoio de Teerã ao povo palestino e levar ajuda humanitária.

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