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    Primeiro-ministro da Ucrânia renuncia após perder apoio de coalizão

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    24/07/2014 13h43

    O primeiro-ministro da Ucrânia, Arseni Yatseniuk, anunciou nesta quinta-feira (24) sua renúncia ao cargo, após cinco meses no cargo. O chefe de governo perdeu o apoio de dois partidos, o que lhe retira a maioria no Parlamento.

    As agremiações que retiraram o apoio foram o Udar, do ex-campeão de boxe e prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, e o grupo de extrema-direita Svoboda, do líder político Oleg Tiagnibok.

    Andrew Kravchenko/AFP
    Em discurso no Parlamento ucraniano, o primeiro-ministro Arseni Yatseniuk anunciou sua renúncia
    Em discurso no Parlamento ucraniano, o primeiro-ministro Arseni Yatseniuk anunciou sua renúncia

    Os dois partidos formam duas das principais forças políticas que apoiaram a revolta que levou à queda de Viktor Yanukovich, em fevereiro. Três meses antes, ele havia rejeitado um acordo com a União Europeia em favor da parceria com a Rússia.

    A retirada de apoio foi tomada para acelerar a convocação de novas eleições parlamentares, às quais se opunha o partido Batkivshina, de Yatseniuk e da ex-primeira-ministra Yulia Timoshenko.

    No lugar de Yatseniuk, assume o vice-primeiro-ministro Vladmir Groisman até que o próximo governo consiga montar uma coalizão. Caso não haja maioria em 30 dias, o presidente Petro Poroshenko dissolverá o Parlamento e convocará eleições.

    Em discurso, o chefe de governo criticou a dissolução da coalizão, chamando a ação de "um crime político e moral". Para ele, os ex-aliados retiraram o apoio porque ele pretendia votar leis impopulares para tentar recuperar a economia ucraniana.

    "É compreensível. Quem iria concorrer às eleições e votar ao mesmo tempo leis impopulares? Colocar o interesse político acima do destino do Estado é intolerável", afirmou Yatseniuk.

    Dentre os projetos, estava uma reforma tributária que aumentaria os impostos e a lei que permitiria vender a investidores estrangeiros metade de todos os gasodutos que passam pela Ucrânia.

    "Não foram votadas as leis e não há dinheiro para pagar policiais, médicos, professores. Não há dinheiro para comprar um fuzil, para pôr combustível nos tanques", lamentou Yatseniuk, citando as necessidades do exercito ucraniano para custear a campanha militar contra os separatistas pró-Rússia no leste do país.

    ELEIÇÕES

    Diante da renúncia, o presidente do Parlamento, Olexander Turchinov, pediu que as duas legendas apresentem candidatos para o posto de primeiro-ministro interino, que ficará à frente do cargo até que sejam realizadas eleições parlamentares.

    Em nota, o presidente Petro Poroshenko deu apoio à dissolução da coalizão de Yatseniuk. "Esta atitude mostra que uma parte dos deputados não está agarrada aos seus assentos e está ciente do sentimento dos eleitores", ressaltou em um comunicado. "A sociedade deseja uma revisão completa do poder".

    A declaração fez referência à permanência de integrantes do Partido das Regiões, do ex-presidente Yanukovich, e de deputados comunistas, que demonstraram apoio à ação de grupos separatistas pró-Rússia no leste do país.

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