Os seguidores de Hugo Chávez, o presidente venezuelano morto em 2013, se esforçam por manter vivo o seu legado e mesmo sua presença: alguns buscaram até que ele continue escrevendo, ao criar uma fonte que imita sua letra.
A fonte ChávezPro pode ser incorporada a qualquer processador de texto, convertendo o nome do líder do movimento bolivariano em mais uma das opções de letras do cardápio, em companhia da Times New Roman ou Arial.
A ideia surgiu de um grupo chavista chamado Trinchera Creativa, um coletivo cuja página na Web ainda está em construção mas oferece a fonte para download em http://trincheracreativa.com.
A fonte imita a letra do político canhoto, cuja assinatura é presença habitual em camisetas, gorros, chaveiros e uma infinidade de outros artigos publicitários que são vendidos com a imagem de Chávez na Venezuela.
E para projetos como esses a ChávezPro será de uma ajuda inestimável, disse à EFE o designer Marco Volpe, criador da fonte, que fez dela um presente aos seguidores de Chávez e às pessoas que trabalham com sua imagem, no aniversário do líder.
A ideia acima de tudo é servir aos designers que buscam criar artes com a letra do comandante, disse Volpe, 26, o líder da Trinchera Creativa. O artista começou a brincar com a ideia de criar uma fonte com a letra de Chávez dois anos atrás, quando fez uma tatuagem com o lema "Hasta la victoria siempre", na letra de Chávez.
Volpe realizou um trabalho de pesquisa usando as cartas escritas por Chávez quando esteve aprisionado no cárcere de Yare, onde serviu sentença depois de um golpe de Estado fracassado em 1992, e o bilhete que ele enviou para declarar que não havia renunciado, durante a tentativa de golpe de Estado contra ele em 2002. Dessa maneira, conseguiu revisar cada letra, selecioná-las e fazer a tatuagem.
"Um mês e meio atrás, retomei a ideia para oferecer a fonte como presente ao comandante e a todo mundo", explicou.
Chávez morreu em 5 de março do ano passado, vítima de um câncer. Hoje a Venezuela é governada por Nicolás Maduro, que também segue o chavismo.
Tradução de PAULO MIGLIACCI