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    Israel suspende trégua após soldado ser capturado pelo Hamas

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    01/08/2014 06h07 - Atualizado às 10h32

    Israel anunciou que os militares retomaram as operações em Gaza nesta sexta-feira (1°), já que o Hamas havia violado o cessar-fogo.

    Um porta-voz do Exército disse que os militares foram atacados em Rafah, no sul de Gaza, onde estavam destruindo um túnel do Hamas, atividade permitida durante a trégua segundo o acordo entre as partes.

    Israel e o grupo radical Hamas, que controla a faixa de Gaza, se acusaram de violar o cessar-fogo de 72 horas anunciado na quinta (31).

    Peter Lerner disse ainda que o ataque do Hamas incluiu um homem-bomba e anunciou que um soldado foi capturado na ação, que ocorreu às 9h30 (3h30 em Brasília).

    O Hamas também disse ter capturado um soldado, mas ressaltou que a ação ocorreu antes do cessar-fogo, segundo um veículo de notícias turco.

    O Exército revelou que o soldado sequestrado é Hadar Doldin, 23. Dois outros soldados morreram.

    Em resposta, Israel atacou Rafah e pelo 50 pessoas morreram, segundo o ministério da saúde palestino.

    Já o Hamas acusou Israel de violar o acordo. "A ocupação (Israel) violou o cessar-fogo. A Resistência palestina agiu em nome de seu direito a se defender para colocar fim ao massacre de nosso povo", declarou em um comunicado o porta-voz do Hamas, Fawzi Barhum.

    Mais cedo o Ministério da Saúde do território palestino afirmou que o número de mortos por causa da ofensiva Margem Protetora, iniciada no último dia 8, está em 1.459, enquanto 8.360 pessoas ficaram feridas.

    O número de mortos supera o registrado durante a operação israelense Chumbo Fundido que, com a morte de 1.450 palestinos, era a mais sangrenta em Gaza desde que o Hamas passou a controlar o território em 2007.

    Do lado israelense, são 63 mortes, na maioria de militares.

    REAÇÃO

    A ONU pediu que os partidos palestinos reafirmem seu compromisso com um cessar-fogo. O coordenador especial da ONU, Robert Serry, disse que o incidente em Rafah, se comprovado, constitui uma grave violação do cessar-fogo por facções militantes de Gaza.

    A Casa Branca também condenou nesta sexta-feira o ataque do Hamas e pediu a libertação do soldado israelense sequestrado.

    "Isso seria uma violação bárbara do acordo de cessar-fogo", disse o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest à CNN.

    Earnest informou que o secretário de Estado americano, John Kerry, já tinha falado com o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, sobre os próximos passos na crise de Gaza.

    O rei Abdullah da Arábia Saudita criticou nesta sexta-feira o silêncio indesculpável do mudo ante os crimes de guerra realizados por Israel em Gaza, em um discurso difundido pela agência oficial SPA.

    "Vemos derramar o sangue de nossos irmãos da Palestina nas matanças coletivas que não poupam ninguém, e nos crimes de guerra contra a humanidade que acontecem à vista de toda a comunidade internacional, que permanece indiferente aos acontecimentos da região", afirmou o rei.

    NEGOCIAÇÃO

    O cessar-fogo de 72 horas acordado entre o Hamas e Israel entrou em vigor nesta sexta às 8h locais (2h de Brasília), depois que as partes aceitaram um pedido da ONU.

    O acordo foi anunciado na noite de quinta-feira pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e pelo chefe da diplomacia americana, John Kerry.

    Durante a trégua, líderes palestinos e israelenses deveriam se encontrar no Cairo para negociar um cessar-fogo durável.

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