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    OMS alerta que ebola avança mais rápido que esforços para controlá-lo

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    01/08/2014 12h01 - Atualizado às 12h30

    O surto de ebola na África Ocidental está fora de controle, mas ainda pode ser contido, disse a chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan, aos presidentes de Guiné, Libéria, Serra Leoa e Costa do Marfim em reunião nesta sexta-feira (1º) em Conacri.

    "Esse surto está se movendo mais rapidamente do que os nossos esforços para controlá-lo. Se a situação continuar a piorar, as consequências podem ser catastróficas em termos de perda de vidas, mas também severas perturbações socioeconômicas e alto risco de disseminação para outros países."

    A experiência demonstrou que o surto pode ser interrompido e o público em geral não está em alto risco de infecção, mas que seria "extremamente imprudente" deixar o vírus circular amplamente por um longo período de tempo, ela disse.

    Os líderes chegaram à capital da Guiné, Conacri, para organizar a mobilização de centenas de médicos extras como parte de uma ajuda de emergência avaliada em mais de US$ 100 milhões da OMS.

    O plano conjunto também reforçará o cordão sanitário nas fronteiras, os esforços de prevenção e o centro de coordenação subregional na Guiné.

    "Essa reunião deve ser um ponto de virada na resposta ao surto", disse Chan, de acordo com transcrição divulgada pela OMS.

    O atual surto de ebola "é, de longe, o maior das quatro décadas de história desta doença", alertou. A epidemia deixou até o momento 729 mortos, de acordo com o último balanço da OMS divulgado na quinta (31).

    Chan disse que as práticas culturais, como enterros tradicionais e crenças de que o isolamento leva à morte, foram uma causa significativa da difusão do vírus. Essas crenças fazem com que as pessoas prefiram tratar os doentes em casa, o que prejudica o controle do ebola.

    MEDIDAS

    A comunidade internacional já começa a contemplar a expansão do ebola como um perigo real, e o governo britânico realizou na quarta (30) uma reunião de emergência para avaliar a ameaça.

    O Centro para Controle e Prevenção de Doenças dos EUA divulgou nesta quinta-feira um comunicado desaconselhando viagens "não essenciais" aos países africanos atingidos pelo ebola.

    Tanto Libéria quanto Serra Leoa –dois dos países mais pobres do mundo– também ordenaram o fechamento de escolas e mercados e puseram em quarentena comunidades afetadas pelo vírus.

    Na Nigéria, onde um homem da Libéria morreu de ebola após viajar a Lagos, a maior cidade do país, os aeroportos começaram a rastrear os passageiros provenientes de áreas de risco, inclusive medindo a sua temperatura. O país anunciou que colocará em quarentena duas pessoas que tiveram contato direto com o homem infectado.

    O virologista leonês Sheik Umar Khan, 39, morreu nesta terça-feira (29) após ter contraído o vírus do ebola. Na Libéria, dois voluntários americanos também foram infectados.

    As companhias aéreas Asky e Arik Air suspenderam os voos de e para Serra Leoa e Libéria.

    A doença –que se transmite por contato direto com sangue e fluidos corporais de pessoas ou animais infectados– causa hemorragias graves e pode ter uma taxa de mortalidade de 90%.

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