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    Pai de bebê abandonado na Tailândia já foi preso por abuso de menor

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    05/08/2014 09h20

    O pai da criança com síndrome de Down que foi abandonada na Tailândia cumpriu pena em uma prisão da Austrália por ter abusado com um menor, informou nesta terça-feira a imprensa local.

    Segundo a emissora australiana Channel 9, o homem, natural do Estado da Austrália Ocidental e cuja identidade ainda não foi revelada, foi preso em 1998 por abuso de um menor e cumpriu pena de três anos.

    Sua mulher confirmou a condenação. A prisão ocorreu pelo abuso de duas meninas menores de dez anos e, enquanto estava preso, foi acusado de abusar de uma menor de 13 anos –pelo que foi sentenciado novamente, segundo o britânico "Guardian".

    O casal agora é acusado de levar uma menina gerada por uma mãe de aluguel tailandesa, Pattaramon Chanbua, e abandonar seu irmão gêmeo, Gammy, que nasceu com síndrome de Down e problemas cardíacos.

    Os dois garantiram que não sabiam da existência do menino e se defenderam, alegando dificuldades com o idioma, sobre o complicado processo de barriga de aluguel em entrevista à emissora ABC, enquanto no Channel 9 colocaram em dúvida que Pattaramon fosse a mãe que eles contrataram para gestar a criança.

    Pattaramon, que declarou que o casal ofereceu US$ 14,8 mil para que ela fosse barriga de aluguel, pediu que a menina fosse devolvida depois que soube que o pai já foi condenado por abuso de menor.

    "Estou muito preocupada com minha menina. Necessito da ajuda para que minha menina seja devolvida para mim o mais rápido possível. Essa informação me deixa doente", disse Pattaramon ao grupo "Fairfax", que revelou o caso na semana passada.

    Uma campanha solidária na Austrália recolheu US$ 186 mil para ajudar a mãe a custear as despesas do tratamento médico do bebê, que está internado em um hospital por conta de uma infecção pulmonar.

    BARRIGA DE ALUGUEL

    O caso criou uma grande polêmica na sociedade australiana, onde as autoridades intensificaram o fechamento de agências dedicadas a buscar barrigas de aluguel na Tailândia.

    As autoridades tailandesas abriram uma investigação sobre o uso dessas mães de aluguel, um recurso que, segundo a lei local, só é autorizado caso a mulher seja parente de um dos pais e proíbe a gestação em troca de dinheiro.

    Um funcionário do alto escalão do Ministério da Saúde tailandês, Arkom Praditsuwan, disse ao jornal "The Nation" que sete clínicas são autorizadas a realizar esse tipo de operação e outras cinco são suspeitas de fazê-la ilegalmente.

    Arkom informou que, no caso do casal australiano, a fertilização foi realizada em uma clínica privada que já foi fechada, enquanto o parto aconteceu em um hospital privado nos arredores de Bangcoc.

    Na Austrália, os moradores dos estados de Nova Gales do Sul, Queensland e do Território de Canberra estão proibidos de contratar esse tipo de serviço no exterior, regra que não vale para o Estado da Austrália Ocidental, onde vivem os pais de Gammy.

    Estima-se que cerca de 200 casais australianos esperam para adotar um bebê tailandês através desse procedimento.

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