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    Hospitais da Venezuela pedem a Maduro que declare 'emergência humanitária'

    DA AFP

    19/08/2014 16h16

    Hospitais e clínicas privadas da Venezuela pediram nesta terça (19) que o presidente Nicolás Maduro declare uma "emergência humanitária" no setor da saúde.

    Segundo o presidente da Associação Venezuelana de Clínicas e Hospitais (AVCH), Carlos Rosales, a falta de insumos e medicamentos "afeta seriamente" ao menos 20 especialidades, como cardiologia, oncologia, ortopedia, pediatria, neurocirurgia e gineco-obstetrícia, entre outras.

    "Solicitamos ao Executivo nacional que declare a emergência humanitária no setor diante da severa escassez e do fornecimento irregular de insumos, medicamentos, instrumentos médicos e cirúrgicos, equipamentos médicos e suas peças de reposição" afirmou Rosales em entrevista coletiva nesta terça.

    A Venezuela importa 90% de seus insumos para a saúde. O país vive hoje um rígido controle de câmbios, que somado às restrições do governo para alocação de divisas das empresas importadoras, acentuou a falta de medicamentos e equipamentos nos últimos meses.

    Esse sistema de controle de câmbio deixa nas mãos do Estado o monopólio das divisas, que são entregues a três taxas de câmbio diferentes de acordo com o objetivo ao qual são destinadas.

    "É urgente a tomada de decisões do alto governo que permitam a suficiente fluidez de divisas e os processos de importação", acrescentou o presidente da AVCH.

    Segundo a entidade, os profissionais de saúde carecem de anestesias –obrigando a suspensão de cirurgias– até equipamentos mais sofisticados para operações cardiológicas, passando por gaze, luvas, suturas e soros.

    "Isto põe em risco a vida e o prognóstico de seres humanos doentes", disse Rosales, reconhecendo que não há dados exatos do número de mortes resultantes da falta de insumos.

    Ele afirma, no entanto, que no caso de pacientes com câncer, por exemplo, a falta de medicamentos e equipamentos especializados para atendê-los "reduz seriamente" suas possibilidades de recuperação.

    Segundo a AVCH, a carência de insumos e medicamentos afeta tanto as instituições de saúde privadas como as públicas.

    Nesta segunda (18), o ministro da Saúde, Francisco Armada, admitiu que existem "relatos de falhas" na distribuição de alguns medicamentos, enquanto os importadores estimam uma carência de 60% em medicamentos e até 85% em insumos.

    De acordo com cálculos da indústria médica, o governo venezuelano acumula dívidas no valor de US$ 350 milhões com fornecedores externos de insumos médicos e de USS 900 milhões com os fornecedores de remédios.

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