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    Venezuela aprova sistema biométrico para controlar vendas em mercados

    DE SÃO PAULO
    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    21/08/2014 12h33

    Em discurso na noite desta quarta (20), o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou que seu governo criará um sistema de controle biométrico para restringir a venda de produtos nos supermercados e atacadistas do país.

    A medida é anunciada cinco meses após Maduro cogitá-la, em meio aos protestos contra seu governo e a crise econômica no país. Desde o ano passado, o racionamento funciona em alguns Estados na fronteira com a Colômbia.

    O sistema impede que o comprador adquira o mesmo produto duas vezes na mesma semana e sem que exista uma cota fixa de volumes estipulada. Maduro, porém, não revelou quais mercadorias serão submetidas ao controle.

    Segundo o mandatário, a intenção é evitar o contrabando de alimentos para o país vizinho, onde alguns dos produtos são mais caros. Todos os compradores serão obrigados a verificar suas impressões digitais antes de fazer a compra.

    O controle deverá ser aplicado em todos os supermercados e atacadistas do país. "Esse sistema vai ser como uma bênção contra fraudes, assim como o sistema eleitoral. A distribuição e comercialização será perfeita. Tenho certeza", disse Maduro.

    Mais detalhes sobre a medida deverão ser anunciados nos próximos dias pelo governo, que também confiscará veículos, mercadorias e imóveis usados para o contrabando.

    O governador da província de Miranda, Henrique Capriles, opositor de Maduro, afirmou nesta quinta (21) que o sistema biométrico irá promover a corrupção.

    "Com os leitores de impressão digital que agora querem impor para comprar alimentos só haverá mais corrupção. Longe de resolver a crise que está afetando todos os venezuelanos, a instalação desse sistema será um negócio que vai encher os bolsos daqueles que instalarem as máquinas", acusou Capriles.

    ESCASSEZ

    Desde o ano passado, houve um aumento na escassez de produtos básicos no país. Dentre os mais notáveis, estão papel higiênico, margarina, óleo de cozinha e farinha de milho, principal ingrediente da arepa, base da alimentação venezuelana.

    Devido à falta dos produtos, os venezuelanos são obrigados a enfrentar filas nos supermercados e a restrição na venda das mercadorias. Para tentar contornar a situação, o governo importou alguns dos produtos, mas em quantidade insuficiente.

    A espera dos compradores é agravada pela falta de caixas nos supermercados. Em alguns deles, apenas metade dos postos está funcionando porque não há funcionários suficientes.

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