As forças russas estão envolvidos em operações militares diretas dentro Ucrânia, em uma flagrante violação da soberania e integridade territorial da Ucrânia, disse o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, nesta sexta-feira (29).

Ele também disse que a Otan vai respeitar integralmente qualquer decisão do Parlamento ucraniano sobre abrir caminho para a adesão do país à aliança militar ocidental liderada pelos Estados Unidos.

O primeiro-ministro ucraniano, Arseni Yatseniuk, disse anteriormente que seu governo vai pedir ao Parlamento que abandone o status de neutralidade da Ucrânia para que o país possa se tornar membro da Otan.

A Ucrânia também busca se tornar um membro da União Europeia.

"Apesar das negativas de Moscou, agora está claro que tropas e equipamentos russos atravessaram ilegalmente a fronteira no leste e sudeste da Ucrânia. Isso não constitui uma ação isolada, já que forma parte de um perigoso comportamento há vários meses para desestabilizar a Ucrânia como nação soberana", Rasmussen disse a jornalistas após os embaixadores da Otan realizarem uma reunião de emergência a pedido de Kiev.

"Pedimos a Rússia que interrompa as ações militares ilegais, interrompa o apoio aos separatistas armados e adote medidas imediatas e verificáveis para uma desescalada desta crise", declarou Rasmussen.

"Esta é uma flagrante violação da soberania da Ucrânia e da sua integridade territorial. Isso desafia todos os esforços diplomáticos para uma solução pacífica ", disse Rasmussen.

O chanceler russo, Sergei Lavrov, disse nesta sexta-feira que as alegações de que militares russos estejam lutando no leste da Ucrânia são "conjecturas".

"Estamos ouvindo várias conjecturas, não pela primeira vez, mas nenhuma prova foi apresentada a nós", disse ele em entrevista coletiva.

A Otan indicou na quinta-feira (28) que 20.000 militares russos estavam mobilizados ao longo da fronteira entre Rússia e Ucrânia e divulgou imagens que mostram unidades de artilharia russas operando na Ucrânia.