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    Presidente da Ucrânia diz que está perto de "guerra total" contra a Rússia

    DE SÃO PAULO
    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    30/08/2014 15h33

    O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, afirmou na tarde deste sábado (30) que os esforços para conter a violência de rebeldes separatistas pró-Rússia estão muito perto de um 'ponto sem volta" e que o fracasso pode levar a uma "guerra total".

    "Acho que estamos muito perto de um ponto sem volta. O ponto sem volta é a guerra total, o que já aconteceu no território controlado pelos separatistas", declarou Poroshenko em uma entrevista coletiva na cidade de Bruxelas, após reunião com os líderes da União Europeia (UE) para discutir novas sanções ao governo de Vladimir Putin.

    Poroshenko, no entanto, acrescentou que reuniões nesta segunda-feira (1/9), entre Kiev, Moscou e UE podem levar a um acordo de cessar-fogo no conflito.

    Os chefes de Estado e governo da União Europeia decidiram dar à Rússia uma semana de prazo para que reverta a situação na Ucrânia, sob pena de novas sanções. Até lá, representantes do bloco irão preparar "com urgência" propostas de punições, segundo o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy.

    O encontro deste sábado (30) ocorre dias depois que a Otan acusou o país de ter enviado tropas para o leste da Ucrânia, onde separatistas disputam terreno com as autoridades locais.

    Segundo a aliança militar ocidental, que é aliada de Kiev, pelo menos mil soldados de Moscou ajudaram os rebeldes a abrir um novo espaço de confrontos na cidade de Novoazovsk, na região de Donetsk. As autoridades russas negam.

    Para o presidente francês, François Hollande, "não há dúvidas" de que as punições serão aprovadas hoje. A chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, fez um novo pedido para que a Rússia retire soldados e armamentos do país vizinho.

    Enquanto isso, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, defendeu uma solução política para o conflito "antes que atinja um ponto sem volta". "Não faz sentido que tenhamos uma nova Guerra Fria", disse.

    As discussões para a nova rodada de sanções à Rússia começaram na quarta (27), quando o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, conversou com a chanceler alemã, Angela Merkel, sobre a necessidade de apertar o cerco a Moscou.

    Na sexta (29), Alemanha, França, Suécia e Holanda consideraram a invasão inaceitável e que deve haver uma resposta. O presidente da Polônia, Bronis Komorowski, disse que a região tem que escolher "entre uma Europa cossaca ou democrática".

    Desde a anexação da região autônoma ucraniana da Crimeia, em março, a Rússia é alvo de sanções americanas e europeias, que prejudicam setores estratégicos da economia russa e pessoas próximas ao presidente Vladimir Putin.

    Em resposta, o Kremlin impôs medidas contra dirigentes ocidentais e suspendeu as importações de produtos agrícolas dos Estados Unidos e da União Europeia e passou a buscar a mercadoria em outras regiões, como Oceania e América Latina.

    CONFLITO

    Nesta sexta, o Exército ucraniano voltou a acusar a Rússia de ter enviado tanques ao país, desta vez à cidade de Lugansk, que é alvo de uma ofensiva das tropas de Kiev contra os separatistas que provocou uma grave crise humanitária.

    O comando militar ucraniano também afirma que paramilitares de extrema direita aliados de Kiev conseguiram deixar o cerco de separatistas na cidade de Donetsk. Em outros municípios, porém, alguns combatentes continuam presos.

    Na sexta (29), o presidente russo, Vladimir Putin, havia pedido que os separatistas soltassem os combatentes aliados de Kiev. Em algumas regiões, a solicitação foi atendida em algumas horas, mas os rebeldes ficaram com as armas dos rivais.

    Segundo a ONU, 2.593 pessoas morreram no conflito entre o Exército ucraniano e os separatistas pró-Rússia desde abril. Outras milhares de pessoas tiveram que deixar suas casas, buscando refúgio no oeste ucraniano e em território russo

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